Exécito são-tomense vai investigar alegadas agressões a detidos mortos após ataque ao quartel

Na madrugada de sexta-feira, quatro homens atacaram o quartel das Forças Armadas, na capital são-tomense, num assalto que acabou com quatro mortes.

O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas são-tomense disse este domingo que os três atacantes do quartel morreram após uma explosão e o suspeito Arlécio Costa faleceu porque "saltou da viatura", mas garantiu uma investigação às alegadas agressões aos detidos.

"O quartel de Morro foi deliberadamente atacado e reagimos, em defesa legítima, na defesa do Estado de Direito, da democracia e em respeito do direito de todos", declarou o brigadeiro Olinto Paquete, em conferência de imprensa este domingo de manhã em São Tomé, sobre o assalto ao quartel militar, na madrugada de sexta-feira, em que morreram três dos quatro atacantes e um suspeito.

"Infelizmente, perderam-se quatro vidas humanas, que tentámos ao máximo preservar. Três, resultantes de ferimentos provocados pelos impactos da carga explosiva, e a quarta morte, o senhor Arlécio Costa, segundo informações dos presentes, saltou da viatura e caiu. Foram levados ao hospital central, mas não resistiram", disse.

O brigadeiro adiantou que "de forma a apurar os factos e chegar à verdade sobre a morte do senhor Arlécio Costa, o inspetor-geral das Forças Armadas foi orientado para instaurar um processo de averiguação".

Posteriormente, questionado se os militares "espancaram os detidos" - face a fotografias que têm circulado nas redes sociais que mostram os homens ensanguentados e com marcas de agressão -, Olinto Paquete disse desconhecer, mas que haverá uma investigação.

"Não posso assegurar, não estive lá presente. Eis a razão por que foi orientado o inspetor-geral e a sua equipa para processos de averiguação. Não podemos falar de coisas que não temos ainda", declarou.

Na madrugada de sexta-feira, quatro homens atacaram o quartel das Forças Armadas, na capital são-tomense, num assalto que se prolongou por quase seis horas, com intensas trocas de tiros e explosões, e em que fizeram refém o oficial de dia, que ficou ferido com gravidade devido a agressões.

O ataque foi neutralizado pelas 06:00 locais (mesma hora em Lisboa) desta sexta-feira, com a detenção dos quatro assaltantes e de alguns militares suspeitos de envolvimento na ação. Foram também detidos pelos militares o ex-presidente da Assembleia Nacional Delfim Neves (que concluiu o mandato no início deste mês) e Arlécio Costa, antigo oficial do 'batalhão Búfalo' que foi condenado em 2009 por uma tentativa de golpe de Estado, alegadamente identificados pelos atacantes como mandantes.

Recomendadas

Outros Conteúdos GMG

Patrocinado

Apoio de