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Donald Trump vai continuar banido das redes sociais Facebook e Instagram, avança o Financial Times. A decisão surge após a avaliação do decisão do conselho de supervisão semi-independente da empresa. A imprensa norte-americana antecipa que este desfecho gerará uma forte reação por parte dos republicanos.
A decisão continua a privar o ex-Presidente dos EUA de um meio difusor muito importante. Em seis meses, o Facebook deverá voltar a rever se o bloqueio deve perpetuar-se.
Na perspetiva do conselho de supervisão, as publicações de Donald Trump no início de janeiro "violaram gravemente" os padrões de conteúdo das redes sociais Facebook e Instagram. Trata-se de mensagens que o ex-Presidente colocou na véspera e durante a invasão do Capitólio pelos seus apoiantes, a 6 de janeiro.
O conselho que analisou os conteúdos veiculados concluiu que o discurso "criou um ambiente em que um sério risco de violência era possível".
O organismo também concordou que Trump exerceu forte influência no comportamento dos seus apoiantes, no momento da invasão do Capitólio.
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"O alcance dos seus 'posts' foi significativo, com 35 milhões de seguidores no Facebook e 24 milhões no Instagram", acrescentou o conselho de supervisão, fazendo recomendações à empresa que gere as redes sociais para que "desenvolva políticas claras, necessárias e proporcionais, que promovam a segurança pública e respeitem a liberdade de expressão".
A rede social suspendeu a conta de Trump por tempo indeterminado há quatro meses, na sequência da invasão do Capitólio em janeiro, e temendo que o antigo líder norte-americano pudesse instigar mais violência e agitação entre os seus apoiantes.
Mark Meadows, ex-chefe de gabinete de Trump, condenou a decisão da empresa que gere o Facebook, dizendo que tem um efeito negativo na liberdade de expressão e pedindo uma regulamentação mais rígida ou o desmantelamento deste grupo empresarial.
"É um dia triste para a América, é um dia triste para o Facebook", disse Meadows, numa entrevista à estação televisiva Fox News.
O antigo conselheiro de Trump Jason Miller também tinha anunciado que o ex-Presidente lançaria a sua própria plataforma digital, "com dezenas de milhões de seguidores", mas, para já, apenas existe um 'blog' associado a uma página de Internet com algumas mensagens datadas de fevereiro deste ano.
Outras redes sociais tomaram medidas semelhantes às do Facebook, após a invasão do Capitólio, mantendo a sua interdição da presença de Donald Trump.
O YouTube anunciou que vai esperar até que "o risco de violência diminua", antes de permitir que o ex-Presidente volte a colocar vídeos no seu canal.
O Twitter - a rede social preferida de Donald Trump, que tem quase 89 milhões de seguidores - suspendeu a conta do ex-Presidente, de forma irrevogável, embora Jack Dorsey, o fundador da rede social, tenha lamentado não ter existido uma possibilidade para "promover uma conversa saudável".