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O Ministério dos Negócios Estrangeiros da França considerou esta quinta-feira um "gesto de grande violência" as manobras militares conjuntas entre a Bielorrússia e a Rússia que começam hoje em território bielorrusso perto da fronteira com a Ucrânia.
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"São [manobras] de grande escala. Há uma acumulação de exercícios muito significativos, em particular junto das fronteiras com a Ucrânia", disse Jean-Yves Le Drian em declarações à rádio pública France Inter.
"Por isso, somos levados a pensar que se trata de um gesto de grande violência, que nos preocupa", acrescentou o chefe da diplomacia francesa.
A Rússia é acusada pelos países ocidentais de estar a preparar uma nova operação militar contra Kiev, depois da anexação da Crimeia em 2014.

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As acusações são rejeitadas por Moscovo que afirma querer obter garantias de segurança face ao "comportamento hostil" de Kiev e da Aliança Atlântica.
"Os anúncios que foram feitos referem que as manobras vão prolongar-se até 20 de fevereiro. Podemos imaginar que quando as manobras acabarem as forças (russas) vão retirar-se. Vamos ver, nessa altura, se isso vai acontecer", disse o ministro dos Negócios Estrangeiros francês.
"Vai ser um teste com muito significado (...) Veremos se vai haver ou não um 'processo de atenuação", disse.
Na quarta-feira, o Presidência francesa referiu-se às iniciativas de Paris em Moscovo, Kiev e Berlim que permitiram "avançar" no sentido de "acalmar" a situação.
"O diálogo com os russos é 'revigorante', exigente e, às vezes, penoso", sublinhou Le Drian, adiantando que a reunião entre os dois chefes de Estado, Vladimir Putin e Emmnanuel Macron, foi "um confronto e um pedido de explicações marcado por uma franqueza muito grande".
"A força dessa deslocação (a Moscovo) foi a clareza de posições", afirmou ainda o ministro francês, referindo-se também às discussões entre europeus e aliados da NATO.