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A Rússia irá expor-se a "consequências sérias" em caso de invasão da Ucrânia, alertou este domingo a chefe da diplomacia britânica, Liz Truss, após a reunião do G7 em Liverpool, Inglaterra.
Segundo Liz Truss, este G7 de ministros dos Negócios Estrangeiros também mostrou uma frente unida contra Moscovo, que o Ocidente acusa há algumas semanas de se preparar para uma possível invasão da Ucrânia, apesar dos desmentidos do Kremlin, refere a agência France-Presse (AFP).
Esta reunião mostrou, segundo Liz Truss, "a voz muito unida dos países do G7 que representam 50% do PIB [produto interno bruto] mundial, e que são muito claros (sobre o facto) de que haveria consequências sérias para a Rússia no caso de uma invasão na Ucrânia".
A ameaça de sanções sem precedentes foi formulada nos últimos dias por Washington e, em particular, pelo Presidente Joe Biden, que se reuniu com seu homólogo russo Vladimir Putin.
Uma responsável norte-americana presente em Liverpool garantiu, no sábado, que ainda é possível resolver "através da diplomacia" esta nova crise ucraniana.
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Para isso, o Governo dos Estados Unidos anunciou que enviará a sua vice-secretária de Estado Adjunta para a Europa, Karen Donfried, à Ucrânia e à Rússia, de segunda a quarta-feira, à procura de "progressos diplomáticos para pôr fim ao conflito em Donbass", no leste da Ucrânia, "implementando os acordos de Minsk".
Esses acordos alcançados em 2015 para encerrar a guerra, que eclodiu um ano antes nesta região ucraniana entre as forças de Kiev e os separatistas pró-russos, nunca foram realmente respeitados.
Se a Rússia "decidir não seguir essa via" diplomática, "haverá consequências sérias e um preço significativo a pagar, e o G7 está absolutamente unido nisso", já havia alertado a responsável americana.
"Não só os países que estiveram na sala, mas um número ainda maior de Estados democráticos se juntará a nós para fazer a Rússia pagar o preço", acrescentou.
Na reunião do G7, Liz Truss referiu ainda que foi abordado que o Irão tem uma "última oportunidade" para negociar seriamente para salvar o acordo nuclear.
"Esta é a última oportunidade do Irão chegar à mesa de negociações com uma solução séria para esse problema", insistiu a ministra, cujo país atualmente preside ao grupo das grandes potências.
"Ainda há tempo para o Irão vir e aceitar este acordo", mas "esta é a última oportunidade", insistiu, instando Teerão a vir "com uma proposta séria". "É vital que o faça", porque "não permitiremos que o Irão adquira armas nucleares", disse Liz Truss, no final da reunião.
As negociações indiretas entre o Irão e os Estados Unidos, mediadas pelos europeus, foram retomadas no final de novembro, em Viena, para tentar ressuscitar o acordo de 2015, que alegadamente impediria a República islâmica de adquirir a bomba atómica.
Os americanos retiraram-se desse texto em 2018, sob a presidência de Donald Trump, que restabeleceu as sanções contra Teerão, que em resposta se libertou aos poucos das restrições ao seu programa nuclear.