Gomes Cravinho defende "diálogo" como única saída para crise na Ucrânia

Ministro da Defesa entende que o que está em causa é um maior compromisso do Ocidente para a segurança do país.

Portugal está representado na Conferência de Segurança de Munique pelo ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, que insiste que a única saída para a crise na Ucrânia é o diálogo e louva a forma como o país tem sabido resistir a provocações.

"Temos a registar um enorme sangue frio por parte das autoridades ucranianas em resistir a provocações. Há um conjunto de opiniões diversas sobre aquilo que poderá ser o objetivo do Presidente Putin, mas a perspetiva portuguesa, que é partilhada por muitos outros aqui nesta conferência, é que é fundamental manter o diálogo e é inaceitável que as fronteiras da Europa sejam alteradas por via da força", explicou João Gomes Cravinho em declarações à CNN.

Sobre as declarações de Volodimir Zelensky, o Presidente ucraniano que pediu mais firmeza dos aliados face à Rússia e também um calendário claro para a eventual entrada na Ucrânia na NATO, João Gomes Cravinho entende que o que está em causa é um maior compromisso do Ocidente para a segurança do país.

"O Presidente Zelensky está muitíssimo preocupado em relação ao que se passa nas suas fronteiras, mas ele faz um apelo em duplo sentido. Não apelou a que a NATO aceitasse a Ucrânia como membro, a ideia dele é a de que a Ucrânia precisa de garantias de segurança. Defende também que a Ucrânia precisa de ter apoio da comunidade internacional para a sua economia não sofrer um impacto terrível, não por razões de intervenção militar mas por razões de fuga de capitais devido a esta situação de tensão", acrescentou o ministro da Defesa.

O Ocidente e a Rússia vivem atualmente um momento de forte tensão, com o regime de Moscovo a ser acusado de concentrar pelo menos 150 mil soldados nas fronteiras da Ucrânia, numa aparente preparação para uma potencial invasão do país vizinho.

Moscovo desmente qualquer intenção bélica e afirma ter retirado parte do contingente da zona. Entretanto, nos últimos dias, o exército da Ucrânia e os separatistas pró-russos têm vindo a acusar-se mutuamente de novos bombardeamentos no leste do país, onde a guerra entre estas duas fações se prolonga desde 2014.

Os líderes dos separatistas pró-russos de Lugansk e Donetsk, no leste da Ucrânia, decretaram este sábado a mobilização geral para fazer face a este aumento da violência.

Os observadores internacionais da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) informaram na sexta-feira que as violações do cessar-fogo na região registaram um "aumento significativo", com mais de 800 violações só na sexta-feira, mais do triplo da média do último mês.

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