Guerra na Ucrânia. Como reagem os candidatos às eleições presidenciais francesas?

Todos os pretendentes ao Eliseu condenaram a operação militar de Vladimir Putin na Ucrânia.

A faltar mês e meio para as eleições presidenciais francesas, é difícil abstrair-se da crise ucraniana, que viveu esta quinta-feira, 24 de fevereiro, desenvolvimentos graves com uma operação militar conduzida por Vladimir Putin. De Le Pen a Mélenchon, passando por Macron, todos os pretendentes ao Eliseu condenaram a operação militar de Vladimir Putin. No entanto, nem sempre assumiram a mesma postura perante a Rússia. Como é que Macron responde a Putin de manhã, confronta Valérie Pécresse ou Eric Zemmour à noite?

Uma crise que substitui outra. Depois do Mali, a Ucrânia. Apenas aberta, a janela voltou a fechar-se e Emmanuel Macron voltou a adiar a descida na arena eleitoral.

O papel de presidente persegue-o e até o pode vir a ajudar. Ainda não é candidato e continua acima de todos os candidatos, reúne com os representantes das maiores potências do mundo ocidental e volta a usar a carta da união do país como no início da pandemia.

Esta sexta-feira recebe no Eliseu os predecessores François Hollande e Nicolas Sarkozy. Na quinta-feira, o chefe de Estado francês mostrou a sua solidariedade com a Ucrânia e garantiu que a França e aliados vão responder "com sangue-frio e determinação" a este "ato de guerra".

A rival republicana, Valérie Pécresse, condenou "com a maior firmeza a guerra iniciada pela Rússia na Ucrânia" e reafirmou a sua "total solidariedade com o povo ucraniano". "A resposta da França e da Europa deve ser vigorosa, coordenada e severa", acrescentou. A candidata d"Os Republicanos já tinha defendido que a integração da Ucrânia na NATO não estava "na agenda", durante uma reunião em meados de fevereiro.

"Uma iniciativa de pura violência." A equipa do candidato de extrema-direita Eric Zemmour, por sua vez, condenou "sem reservas a intervenção militar russa que começou ontem na Ucrânia". "Precisamos de um acordo pacífico e para isso há uma condição simples: devemos comprometer-nos para que a Ucrânia nunca entre na NATO", afirmava Zemmour no início do mês, na France Inter, defendendo que "a afirmação de Vladimir Putin é completamente legítima".

"Nenhuma razão pode justificar o lançamento de uma operação militar contra a Ucrânia pela Rússia que perturba o equilíbrio da paz na Europa", reagiu Marine Le Pen num comunicado de imprensa, pedindo "o cessar imediato das operações militares russas na Ucrânia". A candidata da União Nacional afirmou anteriormente que queria que a França deixasse o comando integrado da NATO porque "não parece mais ser o árbitro que sempre foi".

O candidato da França Insubmissa, Jean-Luc Mélenchon, denunciou "uma iniciativa de pura violência que mostra um desejo de poder sem medida" em comunicado de imprensa na manhã de quinta-feira. "A Rússia assume a responsabilidade de um terrível retrocesso na história. Cria o perigo imediato de um conflito generalizado." Há poucos dias, Jean-Luc Mélenchon estimou na France 2 que a organização do Atlântico Norte era "sem dúvida" a agressora no conflito ucraniano.

"Putin acabou de começar uma guerra." O candidato comunista Fabien Roussel acredita que "o presidente russo está a escolher a guerra''. "É uma situação grave e pode tornar-se numa nova guerra mundial." Fabien Rooussel chamou Vladimir Putin de "presidente nacionalista duro", e criticou Kiev por "não ter querido respeitar os acordos de Minsk".

"Vladimir Putin acaba de desencadear uma guerra no nosso continente", observou também o candidato ecologista Yannick Jadot, condenando "uma agressão sem precedentes desde a Segunda Guerra Mundial contra um país europeu". Com a adversária socialista Anne Hidalgo, Yannick Jadot é um dos candidatos que defendeu nos últimos dias uma resposta europeia à atitude russa. O candidato ambientalista afirmou que "é o ditador Vladimir Putin que ameaça a democracia na Ucrânia".

Por sua vez, Anne Hidalgo "condenou nos termos mais fortes o ataque brutal ordenado por Vladimir Putin". A candidata socialista expressou a sua "solidariedade" e o seu "apoio à Ucrânia e seu povo. Devemos reagir com firmeza a este acto injustificado e criminoso". No final do mês de Janeiro, Anne Hidalgo lamentava na RTL que a União Europeia fosse "muito passiva" quanto a este dossier.

Por fim, Christiane Taubira afirmou na manhã de quinta-feira: "Não é mais uma agressão, um ataque, uma violação de fronteiras, é uma guerra." Para a antiga ministra de François Hollande, "é a esta altura que a França, a União Europeia, o Conselho da Europa, a OSCE e a ONU devem reagir".

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