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O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, pediu esta terça-feira que a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) da organização, que se encontra na Ucrânia, tenha "acesso seguro e irrestrito a todas as instalações nucleares".
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"O seu importante trabalho não deve ser interferido. Um acidente numa central nuclear seria uma catástrofe sanitária e ambiental. Todos os esforços devem ser feitos para evitar este resultado desastroso", apelou Guterres, citado num comunicado divulgado pelo seu porta-voz, Stéphane Dujarric.
Ainda de acordo com Dujarric, o secretário-geral falou na segunda-feira com o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, sobre a sua missão de ajudar numa operação segura das instalações nucleares da Ucrânia.
"O secretário-geral reitera o seu forte apoio aos esforços da AIEA e pede que o pessoal da AIEA na Ucrânia tenha acesso seguro e irrestrito a todas as instalações nucleares", acrescentou o porta-voz.
A agência para o nuclear da ONU indicou hoje que o seu diretor-geral chegou à Ucrânia, onde discutirá com responsáveis do Governo a disponibilização de "assistência técnica urgente" para garantir a segurança das instalações nucleares do país.
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A AIEA indicou que o objetivo de Rafael Grossi é dar início imediato ao "apoio de segurança e proteção" das instalações nucleares ucranianas, o que incluirá o envio de especialistas da agência para os "locais prioritários" e de material vital "de segurança e proteção", incluindo equipamento de vigilância e de emergência.

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Adiantou que Grossi se deslocará esta semana a uma das centrais nucleares da Ucrânia, mas não precisou qual.
A Ucrânia tem 15 reatores nucleares e quatro centrais nucleares ativas, além da central desativada de Chernobil, palco do desastre nuclear de 1986.
As forças russas controlam Chernobil e a maior central nuclear da Europa, em Zaporijia.
"O conflito militar coloca as centrais nucleares da Ucrânia e outras instalações com material radioativo num perigo sem precedentes", disse Grossi num comunicado.
"Já se esteve várias vezes por um triz. Não podemos perder mais tempo", adiantou o diretor-geral da AIEA.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.179 civis, incluindo 104 crianças, e feriu 1.860, entre os quais 134 crianças, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 3,9 milhões de refugiados em países vizinhos e quase 6,5 milhões de deslocados internos.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.