"Histórico e sem precedentes." Governantes destacam acordo alcançado pelo G7

O acordo vai permitir tributar as grandes empresas com um imposto mínimo de 15%.

Vários governantes mundiais destacaram este sábado o acordo "histórico e sem precedentes" alcançado pelo G7, que vai permitir tributar as grandes empresas com um imposto mínimo de 15%.

A secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, enalteceu o acordo "sem precedentes", que vai permitir um "tremendo impulso" para o objetivo de alcançar um imposto global mínimo de 15%.

Para Yellen esta taxa vai tratar a classe média e os trabalhadoras de uma forma "justa", impulsionar a economia e incentivar os países a competir em termos de "educação, capacitação da mão-de-obra e investigação".

Por sua vez, o Presidente de Espanha, Pedro Sánchez, sublinhou que este acordo vai permitir "uma maior contribuição das grandes empresas mundiais".

O governante vincou, numa publicação na rede social Twitter, que este "acordo histórico" permite avançar em direção a um sistema tributário para a era digital, tendo em vista "uma melhor distribuição da riqueza".

Já o ministro Francês das Finanças, Bruno Le Maire, classificou o acordo alcançado pelo G7 como um "passo histórico" na luta contra a "evasão tributária".

Le Maire disse que a taxa de, pelo menos, 15% é "um ponto de partida", acrescentando que "a luta vai continuar no G20 e na OCDE".

Os ministros das Finanças do G7 alcançaram hoje, em Londres, um acordo "histórico" para a aplicação de um imposto mínimo de 15% sobre as empresas.

"Estou encantado por anunciar que os ministros das Finanças do G7 alcançaram hoje, após anos de discussão, um acordo histórico sobre o sistema global de impostos", anunciou hoje o ministro das Finanças britânico, Rishi Sunak.

Em causa, está uma proposta que prevê a aplicação de um IRC de 15%, assegurando que "as empresas certas paguem os impostos certos, nos locais certos".

Agradecendo o trabalho dos seus homólogos, Sunak reiterou que este acordo "de significância histórica" permite adequar o sistema global de impostos ao século XXI.

O G7 é composto pelos Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, França, Canadá, Itália e Japão.

"Uma decisão simbólica" e que "visa responder às desigualdades"

Em declarações à TSF, o economista e investigador do ISCTE Ricardo Paes Mamede explica que nesta fase este é um acordo, acima de tudo, simbólico. O objetivo de estabelecer uma taxa mínima de imposto em todos os países "é obviamente também reduzir essa tendência para a evasão fiscal ou para o planeamento fiscal agressivo de modo a que os estados possam ter algumas fontes de receitas mais equitativas para financiar as suas atividades"

Ricardo Paes Mamede lembra ainda que este acordo visa o combate às desigualdades. "A decisão de hoje é essencialmente simbólica e visa responder à crescente insatisfação e descontentamento que existe internacionalmente sobre o aumento das desigualdades e a facilidade com que as multinacionais pagam impostos muitos mais baixos do que qualquer comum trabalhador", explica.

Quanto ao impacto nos consumidores para já é nulo, diz o economista e investigador do ISCTE. "Não vai ter impacto nenhum, porque há muitos países que têm taxas de imposto que são bastante superiores. Portanto, se ficássemos por aqui isto iria fazer relativamente pouco pela redução da evasão fiscal e não dava garantias nenhumas que não continuasse aquilo que tem sido a tendência internacional, que é para cada vez mais serem as classes médias a suportar os custos do estado social, o que põe em causa o próprio modelo de sociedade que boa parte dos europeus tende a privilegiar", finaliza.

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