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Hugo Rafael Chávez Frias nasceu na Venezuela, na cidade de Sabaneta, localizada no Estado de Barinas, no dia 28 de julho de 1954. Filho de professores primários, cresceu num ambiente modesto. Aos 17 anos, Chávez entra para a Academia Militar da Venezuela, da qual sai, quatro anos mais tarde, formado em Ciências e Artes Militares, no ramo da Engenharia. Decide, então, seguir a carreira militar, acabando por ocupar o posto de tenente-coronel.
A Operação Ezequiel Zamora
O momento crucial do percurso de Chávez, e que lhe terá dado o protagonismo que, mais tarde, lhe permitiu ser eleito presidente da Venezuela, terá sido a tentativa de golpe de Estado que orquestrou, em fevereiro de 1992, contra o então presidente Carlos Andrés Pérez. Embora fracassado, este golpe, levado a cabo num ambiente de descontentamento relativamente ao contexto político vivido à época no país, foi bem acolhido pela população venezuelana. Assim, esta que ficou conhecida como a Operação Ezequiel Zamora, permitiu ao futuro presidente alcançar a popularidade que lhe garantiu a vitória nas eleições, 7 anos mais tarde.
A eleição de Chávez e os primeiros anos de liderança
Centrando a sua campanha eleitoral na defesa de melhores condições de vida para a população venezuelana e numa melhor distribuição de rendimentos, Chávez é eleito, em 1998, Presidente da Venezuela, substituindo nesta função o seu antecessor Rafael Caldera. Toma possen em fevereiro do ano seguinte.
A Chávez deve-se o início, em 1998, da "Onda Vermelha", um movimento político assim batizado pela eleição de líderes pertencentes à esquerda do espectro político, nos países da América Latina no início do século XXI. Assim, este movimento estendeu-se: à Argentina, com a eleição de Néstor e Cristina Kirchner; à Bolívia, com a eleição de Evo Morales; ao Brasil, com a eleição de Lula da Silva; ao Peru, com Alan Garcia; ao Uruguai, com José Pepe Mujica e Tabaré Vázquez; ao Paraguai, com Fernando Lugo; ao Chile, com Michelle Bachelet; e ao Equador, com Rafael Correa.
O Governo de Chávez e o socialismo do século XXI
Enquanto social-democrata, teceu fortes críticas ao imperialismo e ao capitalismo, pelo que se assumia abertamente contra o sistema político dos EUA e a política externa norte-americana. Assim, Chávez apostou na promoção da inclusão social e no combate à pobreza, através da instauração de um conjunto vasto de alterações que viriam a transformar o sistema político do país. Entre estas modificações, é possível destacar o fortalecimento de movimentos e de organizações populares, que viriam estabelecer uma aliança com as classes mais desfavorecidas do país.
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O sucesso alcançado por Chávez no campo do combate à pobreza é um dos grandes pontos de destaque na sua liderança. Entre 2002 e 2011, a percentagem de população considerada pobre na Venezuela diminuiu cerca de 19 pontos percentuais (de 48,6% para 29,5%), segundo a CEPAL (Comissão Económica para a América Latina e o Caribe).
Torna-se, ainda, importante referir o aumento do Índice de Desenvolvimento Humano, bem como a redução da taxa de mortalidade infantil que se verificaram durante o governo de Chávez e que espelham uma aparente melhoria das condições de vida do povo venezuelano.
No domínio da política externa, o Presidente venezuelano apostou na cooperação entre os países do sul e na integração latino-americana, Já no domínio doméstico, fundou o PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela), que resultou da fusão de vários partidos de esquerda.
As críticas da oposição
Apesar dos vários sucessos que marcam a sua liderança, vários pontos negativos são apontados ao governo de Chávez. Entre estes, destaca-se o desrespeito pelos direitos humanos, a perseguição de opositores políticos e os elevados índices de violência registados no país. A oposição acusou, ainda, Chávez de autoritarismo, de enfraquecer a democracia venezuelana, através da nomeação de aliados para o Supremo Tribunal de Justiça, bem como de monopolizar o poder.
Chávez morreu a 5 de março de 2013, aos 58 anos, na cidade de Caracas, captital da Venezuela, vítima de cancro e de uma infeção respiratória. Nicolás Maduro, um dos seus homens de mão, foi, então, eleito 57º Presidente do país, cargo que ainda hoje ocupa.