Ilhas Salomão em alerta. "Cuidados médicos são muito básicos" e faltam oxigénio e testes rápidos

O maior receio da Cruz Vermelha é a chegada do surto às aldeias, o que poderá traduzir-se num "grave problema".

Chegou dois anos depois o primeiro surto comunitário de Covid-19 às Ilhas Salomão, um território em que é possível agora constatar o peso da testagem, da vacinação e do sistema de saúde na gestão da pandemia. Clement Manuri, secretário-geral da Cruz Vermelha, desvela à TSF a dificuldade de fazer chegar meios às zonas rurais das ilhas. "Quando vamos para as comunidades é que temos pela frente o desafio, porque, nessas pequenas vilas, os cuidados médicos nas clínicas são muito básicos, e normalmente não têm, nem oxigénio, nem testes rápidos."

À falta de material médico soma-se a fragilidade do sistema de saúde. Para uma população de 690 mil habitantes, há apenas um hospital de maiores dimensões, acrescenta o responsável. "Temos um hospital geral na zona de Honiara, e as províncias têm pequenos hospitais com apenas um médico."

Outro fator que preocupa a Cruz Vermelha é a baixa taxa de vacinação, conta Clement Manuri. "Ainda há pessoas que não querem ser vacinadas, e, nas províncias, o outro desafio que temos é o acesso à vacinação para a população nas zonas rurais; é muito difícil. Há pessoas que têm apenas a primeira dose e que aguardam a segunda dose."

"Penso que falta a informação certa para as pessoas certas. É por isso que as pessoas nas comunidades não estão a vir para a vacinação."

A rápida disseminação do coronavírus SARS-CoV-2 está a ameaçar o frágil sistema de saúde do país. O vírus está a espalhar-se rapidamente entre a população, a maioria não vacinada, e o débil sistema de saúde daquela pequena nação insular do Pacífico está a dar sinais de fragilidade.

As autoridades já abriram um hospital de campanha num edifício desportivo, e um estádio de futebol foi mesmo transformado em centro de vacinação.

Mas o facto de o país ser composto por várias ilhas, com pequenas unidades de saúde, ou mesmo sem acesso a cuidados médicos, está a criar muitas dificuldades às autoridades. Além disso, a campanha de imunização da população também tem sido difícil, especialmente nas ilhas de mais difícil acesso, e devido à disseminação de informações falsas.

Na última semana, as Ilhas Salomão reportaram que uma em cada duas pessoas na capital tem sintomas de Covid-19. Mas as dificuldades na testagem têm tornado difícil o apuramento do número exato de pessoas doentes, já que o país está também a contas com um surto de gripe comum.

Oficialmente as autoridades das Ilhas Salomão reportaram 68 mortes devido à Covid-19, e pouco mais de cinco mil casos positivos.

LEIA AQUI TUDO SOBRE A PANDEMIA DE COVID-19

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