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O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, desvalorizou, esta terça-feira, a ameaça de sanções contra a Rússia, dizendo que o Ocidente as iria impor, independentemente dos acontecimentos. Lavrov descreveu como "previsível" a resposta ao reconhecimento pela Rússia de duas regiões separatistas ucranianas.
"Os nossos colegas europeus, americanos e britânicos não pararão e não se acalmarão até terem esgotado todas as suas possibilidades para a chamada 'punição da Rússia'. Eles já nos estão a ameaçar com todo o tipo de sanções ou, como dizem agora, 'a mãe de todas as sanções'", disse Lavrov, em declarações citadas pela agência Reuters.
"Já estamos habituados a isso. Sabemos que as sanções serão impostas de qualquer forma, em qualquer caso. Com ou sem razão", acrescentou.
Sergei Lavrov apelou ainda "a outros Estados" para reconhecerem a independência das repúblicas separatistas do leste da Ucrânia, seguindo a decisão tomada por Moscovo.
"O reconhecimento das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk (é) necessário e a única decisão possível" nas condições atuais, declarou o ministro num comunicado um dia após o reconhecimento russo da independência dos dois territórios.
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O comunicado da diplomacia da Rússia é divulgado na mesma altura em que os deputados russos aprovaram o acordo assinado pelo chefe de Estado Vladimir Putin que prevê a defesa dos territórios separatistas reconhecidos por Moscovo como "independentes".
"O reconhecimento da independência das 'repúblicas populares' de Donetsk e Lugansk e a ratificação dos acordos de amizade, cooperação e de ajuda mútua devem pôr fim ao conflito e à morte dos nossos concidadãos que lá vivem", disse Viatcheslav Volodine, presidente da Câmara Baixa do Parlamento russo (Duma).
Na segunda-feira, Vladimir Putin ordenou a mobilização do Exército russo para "manutenção da paz" nos territórios separatistas no leste da Ucrânia, que reconheceu como independentes.
Putin assinou dois decretos que pedem ao Ministério da Defesa russo que "as Forças Armadas da Rússia assumam as funções de manutenção da paz no território" das "repúblicas populares" de Donetsk e Lugansk.
Em 2014, a Rússia invadiu o leste da Ucrânia e anexou a Península da Crimeia, território ucraniano.
A guerra no leste da Ucrânia entre as forças de Kiev e milícias separatistas causou até ao momento mais de 14 mil mortos, de acordo com as Nações Unidas.
ACOMPANHE AQUI A ESCALADA DE TENSÃO ENTRE A RÚSSIA E A UCRÂNIA