Justiça ilegaliza última organização de direitos humanos na Bielorrússia

Investigações e detenções massivas de representantes de organizações da sociedade civil, políticos e jornalistas registaram um novo aumento.

O Supremo Tribunal da Bielorrússia ilegalizou esta sexta-feira o Comité bielorrusso de Helsínquia, a última organização de direitos humanos ativa no país, após uma ofensiva contra os ativistas de direitos humanos e media opositores que se intensificou nos últimos meses.

A Associação de Jornalistas da Bielorrússia (BAJ), também ilegalizada pelas autoridades, indicou, através do seu canal do Telegram que o Supremo Tribunal esteve esta sexta-feira reunido na sequência de uma iniciativa apresentada pelo Ministério da Justiça bielorrusso que exigia o encerramento desta organização não governamental (ONG).

Harry Pahanyajla, vice-presidente do Comité bielorrusso de Helsínquia, manifestou perante o tribunal o seu desacordo com o pedido e as provas apresentadas, ao considerar que as queixas contra a ONG provêm de um caso penal inconclusivo.

Nesse sentido, solicitou o adiamento da sessão, recusada pelo tribunal que decidiu ilegalizar o Comité. As investigações e detenções massivas de representantes de organizações da sociedade civil, políticos e jornalistas registaram um novo incremento na Bielorrússia desde 8 de julho.

De acordo com os serviços de segurança bielorrussos, consistiu numa operação de "limpeza" contra os radicais. Durante essa operação, a polícia promoveu buscas em organizações como o Comité bielorrusso de Helsínquia, o centro de informação Lawtrend e na organização Território de Direitos.

O objetivo destas ações terá como finalidade desmotivar os setores mais ativos da oposição e terminar com a crise política iniciada após as eleições presidenciais de agosto de 2020.

No escrutínio, o atual Presidente, Alexander Lukashenko, no poder desde 1994, foi declarado vencedor com 80% dos votos expressos, um resultado considerado fraudulento pela oposição.

Durante vários meses, milhares de manifestantes saíram às ruas em diversas cidades do país para participar em manifestações pacíficas, reprimidas com violência pela polícia.

O Governo bielorrusso proibiu a divulgação de qualquer informação em direto sobre qualquer protesto antigovernamental e tem perseguido diversos jornalistas independentes ou envolvidos nos meios da oposição.

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