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As perspetivas de crescimento a curto prazo na zona euro estão em baixa e as de inflação em alta, declarou esta quinta-feira a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde.
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Uma guerra de "longa duração na Ucrânia permanece um risco importante" para o crescimento, sublinhou Lagarde, em conferência de imprensa, após a reunião de política monetária do BCE, alertando que a "probabilidade de uma recessão está a pairar mais no horizonte".
Os riscos para as perspetivas de inflação estão "em alta", acrescentou Lagarde, depois de em setembro a inflação homóloga ter ficado perto de 10% na zona euro.
A presidente do BCE apelou aos governos da zona euro para reduzirem o endividamento público.
"Os governos devem adotar políticas orçamentais que mostrem que a sua determinação em reduzir progressivamente as taxas de endividamento público elevadas", afirmou.
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BCE volta a subir taxas de juro em 75 pontos base
Lagarde indicou que, na sua reunião de dezembro, o BCE tomará uma decisão sobre a redução do seu balanço, que aumentou bastante com os programas de compra de ativos adotados nos últimos anos para manter as taxas de juro baixas e apoiar a economia.
No final da reunião desta quinta-feira, o BCE anunciou uma nova subida de 75 pontos base nas suas taxas de juro para travar a inflação recorde na zona euro.
Com esta subida, a terceira consecutiva e a segunda desta dimensão, a principal taxa de refinanciamento do BCE fica em 2%.
A "viagem" da normalização monetária ainda não acabou e Lagarde advertiu que "ainda há caminho a percorrer" e haverá novos aumentos para fazer baixar os preços.
Ouça as explicações de Christine Lagarde.
A evolução dos preços será determinante e as decisões serão tomadas reunião a reunião, acrescentou.
A instituição também vai reduzir as vantagens dos empréstimos concedidos nos últimos anos aos bancos em condições excecionais para apoiarem a economia.
Em comunicado, o BCE explicou que decidiu modificar as condições da terceira série de operações de refinanciamento de prazo alargado, ajustando as taxas de juro aplicáveis a partir de 23 de novembro e decidiu ainda "oferecer aos bancos datas adicionais de reembolso antecipado voluntário".
"Durante pandemia, este instrumento foi crucial para contrariar os riscos em sentido descendente para a estabilidade de preços. Atualmente, devido à subida inesperada e extraordinária da inflação, este instrumento necessita de ser recalibrado para assegurar a sua compatibilidade com o processo mais geral de normalização da política monetária e reforçar a transmissão dos aumentos das taxas diretoras às condições de financiamento bancário", explicou a instituição.