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O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov, considerou na quarta-feira um "avanço positivo" as negociações com a Ucrânia em Istambul (Turquia), nas quais Kiev apresentou propostas para a solução do conflito que atendem às principais exigências do Kremlin.
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"Valorizamos os resultados das negociações de ontem [terça-feira] em Istambul como um avanço positivo. [E sim,] este não é um resultado definitivo", disse Lavrov à imprensa durante a sua visita à China, de acordo os órgãos de comunicação social russos.
Lavrov qualificou de "progresso significativo" dos negociadores ucranianos ao referirem a "necessidade de garantir o 'status' não nuclear (...) e segurança fora da estrutura da Aliança Atlântica".
"(...) As questões da Crimeia e do Donbass estão totalmente resolvidas", adiantou, acrescentando que houve "entendimento por parte dos colegas ucranianos".
Pouco antes, o chefe da delegação russa e representante do Kremlin, Vladimir Medinski, alertou a Ucrânia de o 'status' da península da Crimeia anexada e das regiões separatistas Donetsk e Lugansk, cuja independência foi reconhecida pelo Kremlin, sendo inegociáveis para a Rússia.
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A este respeito, o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, considerou as negociações "positivas" na noite de terça-feira, mas sublinhou que "não pode haver e não haverá qualquer compromisso sobre a soberania e integridade territorial" da Ucrânia.
O conselheiro da Presidência ucraniana, Mykhailo Podoliak, explicou que Kiev havia proposto a Moscovo um prazo de 15 anos para negociar o 'status' da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014.
Em relação ao Donbass, o chefe de Estado russo reconheceu três dias antes do início da "operação militar especial" na Ucrânia a independência das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk.
Vladimir Medinski também enfatizou que "ontem [terça-feira], pela primeira vez em muitos anos, as autoridades de Kiev expressaram a sua vontade de chegar a um acordo com a Rússia".
Ou seja, observou, "a Ucrânia mostrou prontidão para atender às principais exigências que Rússia tem insistido nos últimos anos".
O conselheiro de Volodymyr Zelensky referia-se rejeição da Ucrânia de aderir à NATO, de pertencer a blocos militares, de armas nucleares e de possuir, adquirir ou desenvolver outras armas de destruição maciça e de acolher bases ou contingentes militares estrangeiros.
Além disso, sublinhou, Kiev também se comprometeu em organizar movimentações militares com a participação de forças estrangeiras, apenas com o consentimento de 11 países, incluindo a Rússia.