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O Brasil elege esta quarta-feira os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal em votação secreta, noite adentro no Congresso Nacional.
E é para o Senado que os holofotes se viram, com Lula da Silva a apoiar declaradamente a reeleição de Rodrigo Pacheco, do centrista PSD, e Jair Bolsonaro a aconselhar, diretamente dos Estados Unidos, o voto em Rogério Marinho, seu ex-ministro do Desenvolvimento Regional.
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Pelas primeiras contas, Pacheco é favorito, com 39 votos dos 41 necessários para a eleição, já garantidos. Mas, com 19 indecisos e uma tradição de traições de última hora em sufrágios do tipo, Marinho ainda tem uma palavra a dizer. Bolsonaro já disse que quer equilibrar os poderes da nação a partir do Senado.
Na Câmara dos Deputados, pelo contrário, a eleição está resolvida antes de começar, com Arthur Lira, atual presidente da Câmara, a recolher apoios da esquerda, incluindo do Partido dos Trabalhadores, de Lula, à direita, incluindo do Partido Liberal, de Bolsonaro.
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Lira apoiou Bolsonaro, mas desde a eleição tem dado sinais de aproximação a Lula, que prefere, como no Senado, "jogar para o empate" a arriscar uma candidatura própria do seu campo e perder, uma vez que em outubro a direita elegeu mais parlamentares do que a esquerda.
É que Lira, o poderoso chefe dos deputados, goza de muita popularidade na casa, sobretudo depois de nos últimos dias ter aumentado o salário, o auxílio aluguer, o reembolso de combustível e o número de voos de graça dos deputados - isto é, do seu eleitorado.
Só Chico Alencar, do Psol, uma espécie de Bloco de Esquerda brasileiro, enfrenta Lira, mas sem possibilidades de vitória.