Mais de 140 civis e cinco tropas ucranianas retirados de Mariupol, dizem separatistas

Moscovo já emitiu diversos ultimatos às forças ucranianas em Mariupol para deporem as suas armas e se renderem.

Enquanto Moscovo intensifica a ofensiva no leste, cinco tropas ucranianas renderam-se emMariupol, anunciaram, esta quarta-feira, os separatistas.

"Cinco militares das forças armadas ucranianas depuseram as armas e abandonaram voluntariamente o território da fábrica Azovstal", disseram as autoridades separatistas da autoproclamada República Popular de Donetsk, citadas pela agência de notícias AFP.

Na noite de terça-feira, os separatistas afirmaram também que 140 pessoas tinham sido retiradas de Mariupol, o que proporciona uma ponte terrestre crucial entre as partes controladas pela Rússia do leste da Ucrânia e a península da Crimeia.

As forças do Kremlin estão a lutar para expulsar as restantes tropas ucranianas da fábrica de ferro e aço Azovstal, em Mariupol.

Moscovo já emitiu uma série de ultimatos às forças ucranianas em Mariupol para deporem as suas armas e se renderem.

Esse ultimato foi reafirmado já hoje, depois de nenhum dos miliares ucranianos se ter rendido nas duas horas estabelecidas por Moscovo na terça-feira.

"Apesar da total irresponsabilidade dos oficiais do regime de Kiev para salvar os seus militares, as forças armadas russas, guiadas por princípios puramente humanos, voltam a oferecer aos combatentes dos batalhões nacionalistas e mercenários para cessarem os combates e pousarem as armas às 14h00 horas locais [12h00 em Lisboa]", disse o coronel-general Mikhail Mizintsev.

Moscovo vai garantir a segurança e a proteção daqueles que se renderem, acrescentou o oficial que chefia o Centro Nacional de Controlo da Defesa.

Na terça-feira à noite, um comandante das forças ucranianas em Azovstal apelou à comunidade internacional para os ajudar a sair de Mariupol, dizendo que ele e os seus homens estavam a viver os seus "últimos dias" ou mesmo as "últimas horas".

"O inimigo ultrapassa-nos em dez para um", disse Serguiy Volyna, da 36.ª Brigada da Marinha Nacional, na rede social Facebook.

"Pedimos a todos os líderes mundiais que nos ajudem. Pedimos-lhes que utilizem o procedimento de extração e nos levem para o território de um país terceiro", acrescentou, citado pela AFP.

Kiev acordou com Moscovo a criação de um corredor humanitário para retirar a partir desta quarta-feira civis de Mariupol, o que acontece pela primeira vez desde sábado, indicou o Governo ucraniano.

Nos últimos três dias, nenhum corredor humanitário foi aberto, nem naquela cidade nem em outras partes do leste do país, por falta de garantias de segurança, segundo Vereshchuk.

De acordo com fontes locais, está previsto o transporte de cerca de 6000 pessoas, esperando-se a chegada de 90 autocarros ao longo do dia desta quarta-feira.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou quase dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A guerra causou a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, mais de cinco milhões das quais para os países vizinhos.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

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* Notícia atualizada às 10h28

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