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O embaixador da Rússia em Estocolmo desvalorizou a ameaça de sanções do Ocidente em caso de invasão da Ucrânia, afirmando que Moscovo "não quer saber" dessas ameaças.
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"Perdoem a expressão, mas não queremos saber de todas essas sanções", disse Viktor Tatarintsev ao jornal sueco Aftonbladet, citada pela agência France-Presse (AFP).
O Ocidente acusa a Rússia de pretender invadir a vizinha Ucrânia e ameaçou Moscovo com "sanções económicas severas" se o fizer, que poderão incluir a exclusão dos bancos russos do sistema internacional de transferências interbancárias.
"Já nos foram impostas muitas sanções e, de certa forma, elas tiveram efeitos positivos na nossa economia e agricultura", disse Tatarintsev, que fala fluentemente sueco.
"Somos mais autossuficientes e temos sido capazes de aumentar as nossas exportações", disse o diplomata russo, exemplificando: "não temos queijos italianos ou suíços, mas aprendemos a fazer queijos russos tão bons usando receitas italianas ou suíças".
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Para Tatarintsev, "as novas sanções não são positivas, mas não são tão más como o Ocidente diz".
O diplomata disse que os países ocidentais não compreendem a mentalidade russa.
"Quanto mais pressão o Ocidente exercer sobre a Rússia, mais forte será a resposta russa", assegurou.
Os Estados Unidos alertaram, na sexta-feira, que a Rússia poderá invadir a Ucrânia "a qualquer momento" nos próximos dias, depois de ter concentrado mais de 100.000 tropas perto da fronteira ucraniana e de ter iniciado manobras militares no Mar Negro e na vizinha Bielorrússia.
Tatarintsev disse que a Rússia está a tentar evitar uma guerra.
"Este é o desejo mais sincero dos nossos políticos. A última coisa que as pessoas na Rússia querem é a guerra", disse.
A Rússia, que já anexou a península ucraniana da Crimeia em 2014, condiciona a resolução da crise a uma série de exigências, incluindo a garantia de que a Ucrânia nunca integrará a NATO, que os aliados consideram inaceitável.
Várias rondas de conversações nos últimos dias não desbloquearam a crise, incluindo uma conversa telefónica, no sábado, entre os presidentes norte-americano, Joe Biden, e russo, Vladimir Putin.
O Ocidente descreve esta crise como uma das mais perigosas desde o fim da Guerra Fria, há três décadas.