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O Presidente da República transmitiu, esta segunda-feira, ao Presidente da Roménia solidariedade no apoio aos refugiados ucranianos e no "reforço das capacidades de defesa", sustentando que a unidade europeia é "essencial para manter a Rússia à mesa das negociações".
"No quadro dos contactos em curso, o Presidente da República falou ao início da tarde, ao telefone, com o Presidente da República da Roménia, Klaus Iohannis", refere uma nota divulgada no sítio oficial da Presidência na internet.
Marcelo Rebelo de Sousa "abordou com o seu congénere romeno a situação da guerra na Ucrânia, na sequência da invasão russa, exprimindo a solidariedade portuguesa, quer no apoio aos refugiados, quer no reforço das capacidades de defesa, no quadro da Nato", adianta a nota, que indica que "Portugal terá na Roménia uma presença militar nas próximas semanas, ao abrigo da 'Tailored Forward Presence' da Aliança Atlântica".
"Tal como já tinha sublinhado com o seu colega polaco na semana passada, o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que a solidariedade e unidade dos Estados membros da UE neste momento difícil é essencial para manter a Rússia à mesa das negociações, tendo em vista assegurar um rápido cessar-fogo e contribuir para reconstruir a paz, no espírito comum europeu, demonstrando o papel e a razão de ser da União Europeia", salienta ainda a nota hoje divulgada.
Na semana passada, o ministro da Defesa afirmou que os 174 militares portugueses que serão enviados para a Roménia, país fronteiriço com a Ucrânia, deverão partir em "final de março, início de abril", adiantando que estarão na região sul deste país.
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Portugal vai contribuir com entre oito e 10 milhões de euros para o pacote europeu que visa fornecer armas ao exército ucraniano, que combate a invasão russa. Será também enviado equipamento militar para a Ucrânia a pedido das autoridades de Kiev.
No âmbito da missão da NATO "Tailored Forward Presence", Portugal vai enviar de 174 militares para a Roménia. Esta missão da NATO visa contribuir "para a dissuasão e defesa da Aliança no seu flanco sudeste", de acordo com o "site" do Estado-Maior-General das Forças Armadas.
O plano das Forças Nacionais Destacadas para 2022 previa o envio deste contingente no segundo semestre, tal como aconteceu em 2021. Contudo, o Governo decidiu antecipar este calendário e os militares portugueses deverão chegar à Roménia nas próximas semanas.
O Conselho de Estado, órgão de consulta do Presidente da República, reúne-se, esta segunda-feira, às 15h00 no Palácio da Cidadela, em Cascais (distrito de Lisboa), e tem como único ponto da ordem de trabalhos a "situação na Ucrânia".
A reunião, convocada por Marcelo Rebelo de Sousa a 7 de março, irá decorrer no 19.º dia de guerra na Ucrânia.
Mais de 4,8 milhões de ucranianos fugiram das suas casas desde que a Rússia invadiu o país, a 24 de fevereiro, tendo 2,8 milhões deixado o país, avançou o Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR).
Dos quase três milhões de refugiados ucranianos, 60% (1,7 milhões) foram para a Polónia, 255.000 chegaram à Hungria, 204.000 à Eslováquia, 131.000 à Rússia, 106.000 à Moldova, 84.000 à Roménia e 1.200 à Bielorrússia, de acordo com a informação atualizada diariamente pelo ACNUR.
Mesmo países europeus sem fronteiras com a Ucrânia já abrigam muitos refugiados em fuga da guerra, cerca de 304 mil pessoas.
ACOMPANHE AQUI TUDO SOBRE O CONFLITO ENTRE A RÚSSIA E A UCRÂNIA