- Comentar
Os espanhóis esperavam muito mais. O mecanismo ibérico para conter os preços da energia não está a travar os aumentos em Espanha. A generalidade das famílias tem contratos indexados ao preço diário no mercado grossista e, depois de uma descida, as faturas da luz estão de novo a aumentar.
Relacionados
Preço da eletricidade está elevado, mas cenário podia ser pior
"Todos os corpos são de praia." Campanha do governo espanhol envolta em polémica
Aumento da eletricidade em Portugal? CDS vai pedir "intervenção da Comissão Europeia"
O governo já recorre a outros mecanismos para conter os custos da eletricidade, que vão desde uma nova descida do IVA, um novo imposto sobre as empresas do setor energético e um plano de poupança de energia que passa por uma espécie de apagão a partir das 22h.
Isto acontece porque a exceção ibérica que põe travão ao preço do gás em Portugal e Espanha não está a ter os efeitos esperados no país vizinho. Depois de, no primeiro mês de aplicação, o preço do mercado grossista ter descido 16,3% com a fatura da eletricidade do mês de junho a situar-se, em média, nos 133 euros, julho ficou marcado por uma nova subida dos preços.
Ouça a reportagem
Assim, as faturas dos lares espanhóis voltaram a encarecer e situam-se nos 140 euros, mais sete do que no mês anterior, apesar de os preços do mercado grossista terem continuado a descer, com Espanha a registar um preço do gás 26% mais barato do que no resto da Europa. Julho ficou assim no segundo lugar dos meses mais caros no que respeita à fatura da luz, só ultrapassado por março, quando o preço médio chegou aos 176 euros.
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
As fortes ondas de calor que têm afetado a Península Ibérica nas últimas semanas têm sido apontadas como um dos fatores para este aumento. Face aos efeitos discretos da aplicação da exceção ibérica no preço da luz, medida à qual se junta ainda a descida do IVA para os 5% e a redução do imposto da eletricidade para os 0,5% até ao final do ano, o governo decidiu avançar com um imposto extraordinário aos benefícios das empresas energéticas que visa arrecadar dois milhões de euros nos próximos dois anos.
Perante a possibilidade de um aumento de preços que fizesse repercutir o imposto nos consumidores, o executivo avisou, desde logo, que esse cenário será proibido por lei. A medida não agradou às empresas energéticas que já anunciaram que irão recorrer aos tribunais.

Leia também:
PSD arrasa despacho de Costa sobre Endesa e pede "análise séria" à ERSE