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Paulo Rangel defende que ainda é cedo para anunciar uma cisão na União Europeia (UE) com a vitória de Giorgia Meloni em Itália. O eurodeputado e vice-presidente do PSD, em declarações à TSF, lembra que a futura primeira-ministra de Itália adotou uma postura "menos radical" ao longo da campanha, o que pode significar uma aproximação aos valores europeus.
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"Neste momento, é cedo para podermos dizer se isto vai marcar um período de crise na UE, engrossando as posições do Governo húngaro ou polaco, dando força a uma posição eurocética", defende.

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O eurodeputado lembra que "já se viu noutros países" uma aproximação de posições com Bruxelas, mesmo de partidos radicais, "apesar de não deixarem de ter uma ou outra bandeira", como no caso das migrações.
"Do ponto de vista humanista, este partido tem posições xenófobas, tal como os Democratas Suecos. Foi a bandeira mais forte da campanha", sublinha.
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A Itália é o país da UE que mais fundos europeus vai receber, com o Plano de Recuperação e Resiliência. Na opinião de Paulo Rangel, se a futura primeira-ministra italiana quer ter sucesso económico, não pode dispensar os milhões de Bruxelas.
"Estou convencido que essa é a principal razão para garantir que esta tentativa de suavizar posições vai continuar. Itália não pode prescindir dos fundos europeus. E há outro aspeto que vai ter um efeito muito grande que é a questão da dívida pública, que está acima dos 150 por cento", nota.
Paulo Rangel considera que "é fundamental saber quem é o ministro das Finanças de Meloni", assim como a reação dos mercados, já que "é crucial para qualquer Governo italiano que queira ter sucesso nas políticas económicas".
"Evidentemente, haverá uma pressão forte da UE para haver uma aproximação da linha europeia", nota.

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