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O Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, disse esta terça-feira que propôs à chanceler alemã, Angela Merkel, uma solução para a "crise migratória" na fronteira com a Polónia, onde se encontram milhares de pessoas que tentam entrar no espaço europeu.
O chefe de Estado da Bielorrússia não revelou o conteúdo da proposta que debateu num contacto telefónico com Angela Merkel na segunda-feira e que, segundo Lukashenko, se prolongou por 50 minutos.
"Combinámos com Merkel que, neste momento, não vamos falar em concreto (da proposta). Ela pediu tempo, uma pausa, para debater a proposta com os membros da União Europeia", revelou o Presidente da Bielorrússia.
Lukashenko acrescentou que espera um outro contacto com Merkel para continuar a trabalhar "numa possível solução", sublinhando que "ninguém está interessado numa escalada da crise".
"Por muito que alguém queira levar (...) a uma confrontação aberta, não o podemos permitir", disse Lukashenko, frisando que Minsk "nunca quis" um agravamento da "crise migratória".
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Por outro lado, disse que "do outro lado" da fronteira estão cerca de 20 mil homens armados, enquanto a Bielorrússia não mobilizou "nem sequer uma companhia ou um pelotão de militares" para a zona.
"Mas temos planos para o fazermos em caso de qualquer agressão", declarou Lukashenko.
O Presidente da Bielorrússia afirmou, por outro lado, que desde agosto o Governo de Minsk fez regressar aos países de origem "cinco mil migrantes", mas que atualmente o problema são as 2.100 pessoas que se concentram junto ao posto fronteiriço de Bruzqui.
"O problema, tal como disse a Merkel, é que se não salvarmos esta gente a Bielorrússia fica a perder e a União Europeia também por não permitir a entrada desses refugiados. Por isso é preciso resolver de imediato a situação", afirmou.
A União Europeia e os Estados Unidos acusam o regime de Minsk de estar a organizar o fluxo de migrantes e refugiados do Médio Oriente, em retaliação contra as sanções económicas aplicadas contra a Bielorrússia após as eleições presidenciais de 2020.
As eleições foram consideradas fraudulentas, tendo a oposição sido alvo de atos de repressão e abusos de direitos humanos, encontrando-se muitos dos seus dirigentes no exílio.