MPLA repudia vandalismo em Luanda e condena "aproveitamento" de reivindicações de taxistas

O partido que está no poderhá 46 anos considera que houve "um condenável aproveitamento populista de uma reivindicação de parceiros do Estado".

O MPLA, no poder em Angola, repudiou esta segunda-feira os "atos de vandalismo" em Luanda, que visaram as instalações do Comité do Distrito Urbano do partido em Benfica (arredores da capital angolana) e condenou o "aproveitamento populista" das reivindicações dos taxistas.

A capital angolana viveu momentos de caos nas primeiras horas da manhã desta segunda-feira, dia em que três organizações de taxistas decretaram uma paralisação, com tumultos em vários pontos da capital, estradas cortadas, longas filas de trânsito e enchentes nas paragens e vandalização de um autocarro e do comité distrital de Benfica do MPLA, que culminaram na detenção de 17 pessoas.

Reagindo num comunicado aos acontecimentos, o secretariado do Bureau Político do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), no poder há 46 anos, repudiou "de forma enérgica e veemente os atos de vandalismo" e o "reiterado desacato", desordem e violação da tranquilidade pública.

"O MPLA considera que houve um condenável aproveitamento populista de uma reivindicação de parceiros do Estado, um assunto que até está a ser atendido pelas entidades competentes, e chama a atenção para o perigo que essa irresponsável e gratuita manipulação pode vir a provocar na vulnerabilidade de outras estruturas públicas e privadas, designadamente político-partidárias", critica o partido no comunicado, sem apontar responsáveis.

Em declarações à Televisão Pública de Angola (TPA), o secretário provincial do MPLA em Luanda, Bento Bento, associou o ato de vandalização à UNITA, principal partido da oposição.

"O que nós não podemos aceitar é que num dia em que algumas associações ligadas a taxistas insistiram em fazer greve, supostos elementos, alguns dos quais - e há imagens de indivíduos com indumentária da UNITA - vieram vandalizar o comité do MPLA", disse o dirigente partidário à TPA.

O secretariado do Bureau Político do MPLA apela, no comunicado, aos seus militantes e simpatizantes que mantenham a calma e serenidade, "abstendo-se de provocações" e deixando que as autoridades competentes "assumam o devido protagonismo no tratamento de todos aqueles que estejam a agir contra os princípios constitucionalmente consagrados, nomeadamente por estarem a beliscar a ordem e a tranquilidade públicas".

Exortam ainda o povo angolano e juventude "a não embarcar em atos de vandalismos e a manterem-se vigilantes para que a paz arduamente conquistada não seja posta em risco", denunciando e demarcando-se de atos de desacato "que podem colocá-los em conflito com a lei e prejudicar seriamente o seu futuro".

Por último, encorajam os órgãos policiais e da justiça "a imprimirem a adequada celeridade e consequente punição exemplar" de todos os que ponham em causa a proteção dos direitos individuais e coletivos, "no sentido de preservar a paz, a estabilidade e a desaconselhar atos de desrespeito à autoridade".

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