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O músico canadiano Neil Young apelou esta terça-feira a um boicote à plataforma de música Spotify, pedindo aos trabalhadores da empresa para que saiam, antes que fiquem "sem alma".
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Numa carta aberta publicada online na sua página oficial, Neil Young aconselha outros músicos e artistas a procurarem "um lugar melhor do que o Spotify" para mostrarem o que fazem, e alerta os trabalhadores da empresa para a atitude do presidente executivo da empresa, Daniel Ek.
"Aos trabalhadores do Spotify, eu digo que Daniel Ek é o vosso maior problema - não é Joe Rogan. Ek é quem mexe os cordelinhos. Saiam desse lugar antes que vos devore a alma. O único foco de Ek são os números, não é a arte ou a criatividade", escreveu Neil Young.
Esta mensagem surge semanas depois de o músico canadiano ter pedido que as suas músicas fossem retiradas da plataforma de 'streaming', por causa do podcast do norte-americano Joe Rogan, acusando-o de desinformação sobre vacinação e Covid-19.
Solidária com a posição de Young, também a cantora Joni Mitchell e os Crosby, Stills & Nash, grupo com o qual Neil Young colaborou nos anos 1960, pediram para retirar o repertório da plataforma de música.
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Na semana passada, Daniel Ek defendeu o acordo de exclusividade alcançado com Joe Rogan, no programa "The Joe Rogan Experience", mas admitiu discordar com o apresentador em "muitas coisas".
O programa "The Joe Rogan Experience" é considerado o 'podcast' mais popular dos Estados Unidos, com 11 milhões de assinantes e é acusado por muitos de transmitir desinformação sobre a Covid-19.
Joe Rogan é acusado de desencorajar a vacinação entre os jovens e pressionar sobre o uso de um tratamento não autorizado contra a Covid-19, a ivermectina.
Numa conversa com os trabalhadores que se manifestaram "desapontados ou revoltados" com Rogan, Daniel Ek garantiu que o Spotify assinou um contrato de exclusividade, no valor estimado de 100 milhões de dólares (cerca de 89,6 milhões de euros), e que a plataforma não tem "controlo editorial" sobre o podcast.
Na carta aberta desta terça-feira, Neil Young apela ainda aos norte-americanos para que "se livrem das empresas" que contribuem para a destruição do planeta através dos combustíveis fósseis, nomeadamente das entidades bancárias que financiam aquela atividade.