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O chefe da task force para as vacinas, da Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla em inglês), Marco Cavaleri lamentou esta quinta-feira que alguns países ainda apresentem taxas de vacinação "inaceitavelmente baixas", numa altura em que os hospitais voltam a enfrentar a pressão da pandemia.
"À medida que avançamos para a temporada de inverno, constatamos que as taxas de infecções e hospitalizações por Covid-19 estão a aumentar em quase todos os Estados-membros, e a maior parte dos pacientes em tratamento intensivo são os não vacinados", alertou Cavaleri, apelando à vacinação.
"Gostaríamos de reiterar a necessidade de se vacinarem. E, para aqueles que são elegíveis, para receberem a dose de reforço", apelou, considerando "vital que continuemos a campanha de vacinação, especialmente nos Estados-membros com taxas de vacinação inaceitavelmente baixas".
Ouça aqui a reportagem da TSF, em Bruxelas
"Os dados sobre o impacto dos reforços na vida real começaram a surgir, indicando que as doses de reforço, como esperado, restauram a proteção contra infeções e contra a doença numa altura em que a variante Delta é predominante", frisou, admitindo alguma "flexibilidade" em relação aos prazos para a administração das terceiras doses.
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"A recomendação é de administrar uma dose de reforço após pelo menos seis meses a partir da última dose, de acordo com os dados disponíveis. No entanto, será totalmente compreendido se os Estados-Membros preferirem exercer alguma flexibilidade no que diz respeito ao intervalo de dosagem de reforço, e considerem antecipar a administração do reforço", afirmou.
Instado a esclarecer a razão de um reaparecimento das infeções num continente com níveis de vacinação elevados, Cavaleri admitiu o impacto da "variante Delta" nas novas infeções, mas alertou também que é preciso reduzir o número de não vacinados.
"Não devemos esquecer que, em muitos Estados-membros, ainda existe uma grande parte da população, incluindo pessoas de risco com cerca de 50 anos de idade, que ainda não estão vacinadas e que são as que mais provavelmente irão para o hospital e sofrerão as consequências de uma Covid-19 grave, incluindo a mortalidade", afirmou, defendendo que "devemos fechar esta lacuna e garantir que o maior número possível de pessoas estão vacinadas".
A EMA espera no "espaço de semanas" emitir uma avaliação sobre a comercialização da uma nova vacina anticovid-19 na União Europeia, depois da farmacêutica Novavax, ter pedido autorização para a introdução no mercado do novo fármaco, que, segundo Marco Cavaleri, "se baseia numa tecnologia diferente das já autorizadas".
Esta vacina "poderá" vir a ser utilizada "noutras partes do mundo que enfrentam limitações no que diz respeito à disponibilidade do fornecimento de vacinas", através do programa de doações da União Europeia.
A Agência anunciou também que iniciou as avaliações de um novo medicamento contra a Covid-19, o Xevudy, na sequência do pedido de autorização de comercialização do fármaco destinado ao tratamento de adultos e adolescentes com Covid-19.
De acordo com um comunicado divulgado em Bruxelas, a agência vai avaliar os riscos e os benefícios esperando "numa espaço de tempo reduzido", emitir um parecer. A agência aponta o "prazo de dois meses", se os dado em estudo forem "sólidos".