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Após os apelos de Kiev para deter os bombardeamentos da Rússia, o secretário-geral da NATO afirmou que a aliança atlântica não vai interditar o espaço aéreo sobre a Ucrânia.
"Compreendemos o desespero, mas também acreditamos que se o fizéssemos acabaríamos com uma situação que poderia levar a uma guerra total na Europa, envolvendo muitos mais países", disse Stoltenberg em conferência de imprensa na sede da NATO, em Bruxelas, após uma reunião extraordinária do Conselho do Atlântico Norte.
O secretário-geral da NATO referiu também que "os aliados concordam que não devemos ter aviões ou tropas da NATO a operar sobre o espaço aéreo ou no território ucraniano", destacando os "perigos desta guerra", que foram "ainda mais evidenciados" pelos acontecimentos da noite passada na maior central nuclear da Europa.
Jens Stoltenberg explicou que o conflito entre a Rússia e a Ucrânia mostra que mais países poderão estar "em risco" em termos de exposição. Por isso, os aliados da NATO vão continuar a apoiar a Ucrânia, algo que "é crucial" nestes tempos.
"Agora é ainda mais importante que Putin acabe com esta guerra", atira, sublinhando que o Presidente russo subestimou a força das tropas ucranianas.
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Comparando com 2014, Stoltenberg notou que o equipamento fornecido pela NATO fez "a Ucrânia mais forte em termos militares". "É por isso que estão a ser capazes de fazer face à invasão russa."
"A NATO tem a responsabilidade é evitar que esta guerra se agrave além da Ucrânia", assinalou, pedindo que a Rússia avance com "esforços diplomáticos para encontrar uma solução".
A reunião desta sexta-feira do Conselho do Atlântico Norte, presencial e presidida pelo secretário-geral, Jens Stoltenberg, foi alargada aos chefes de diplomacia da Suécia, Finlândia e União Europeia.
À tarde, Jens Stoltenberg participa naquele que é o quinto Conselho extraordinário de ministros dos Negócios Estrangeiros da UE no espaço de pouco mais de uma semana, em formato alargado.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades. As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças, e, segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de 1,2 milhões de refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia, entre outros países.
O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a "operação militar especial" na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional, e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.
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