Navios de ONG com 118 migrantes resgatados podem ser primeiro teste ao Governo de Itália

Giorgia Meloni vive a primeira semana enquanto primeira-ministra.

Dois navios de busca e salvamento operados por organizações não governamentais (ONG), com 118 migrantes a bordo salvos no mediterrâneo, podem ser o primeiro teste à política de imigração do novo Governo de Itália, chefiado por Giorgia Meloni.

O Ocean Viking, que hasteia a bandeira norueguesa e operado pela ONG alemã SOS Mediterrâneo, tem 73 pessoas a bordo.

O Humanity One, hasteando a bandeira alemã e dirigido por outra ONG também alemã, a SOS Humanity, transporta 45 migrantes.

Em ambos os casos, as pessoas foram resgatadas em águas internacionais na zona de busca e salvamento de Malta.

Enquanto ministro do Interior no primeiro governo do ex-primeiro-ministro Giuseppe Conte, entre 2018 e 2019, Matteo Salvini adotou uma postura dura, fechando os portos italianos a embarcações de resgate de migrantes geridas por ONG.

A sua nova posição, de vice-primeiro-ministro e ministro das Infraestruturas e Mobilidade Sustentável, dá-lhe uma palavra a dizer na gestão dos portos italianos aos quais estas ONG muitas vezes pedem para poder aportar e ali desembarcar as pessoas que resgatam.

Desde o início do ano, 1735 migrantes desapareceram no Mediterrâneo, incluindo 1269 no Mediterrâneo Central, a rota de migração mais perigosa do mundo, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM).

A agência da ONU estimou o número de mortos e desaparecidos em 2021 em 2.062 no Mediterrâneo, incluindo 1567 só no Mediterrâneo Central.

De acordo com a AFP, todos os anos milhares de pessoas que fogem de conflitos ou da pobreza tentam chegar à Europa, atravessando o Mediterrâneo a partir da Líbia, cuja costa fica a cerca de 300 quilómetros de Itália.

A primeira-ministra Giorgia Meloni, a primeira mulher no cargo, assumiu domingo plenamente as suas funções, deixando um apelo ao seu Governo para que "permaneça unido".

"Devemos estar unidos, há emergências às quais o país tem de fazer face. Temos de trabalhar juntos", disse Meloni no final do primeiro conselho de ministros, que durou cerca de 30 minutos, com tensões em pano de fundo com Sílvio Berlusconi e Matteo Salvini, que integram a coligação em Itália.

Na manhã de domingo, Meloni recebeu de Mario Draghi, primeiro-ministro cessante e muito apreciado na cena internacional, o sino utilizado pelo presidente do Conselho para regular os debate no conselho de ministros, depois de um encontro de mais de uma hora no palácio Chigi, sede do Governo em Roma.

Foi felicitada pelos líderes das três principais instituições da União Europeia: Úrsula Von der Leyen, Charles Michel pelo Conselho Europeu e Roberta Metsola pelo Parlamento Europeu, tendo Meloni respondido a todos, dizendo-se "pronta e impaciente para trabalharem juntos".

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