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Há uma nova vaga de pessoas a fugir da região de Palma, em Moçambique. Só na última semana chegaram às praias de Pemba cerca de 5 mil pessoas, de acordo com as estimativas do governo moçambicano.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) confirma que está a registar-se um movimento de fuga de milhares de refugiados, no norte do país.
A porta-voz do ACNUR em Pemba, Margarida Loureiro, conta à TSF que são as pessoas fogem dos ataques que, embora esporádicos, continuam a acontecer na zona de Palma.
"Temos, desde quinta-feira, uma tendência de 17 a 20 barcos que chegaram a Pemba. São embarcações que contam com 50 a 70 pessoas cada uma", adianta Margarida Loureiro, que relata notícias de perturbações em Palma que levam os moçambicanos "a achar os seus próprios meios para fugir, agora que não podem sair de avião nem em embarcações maiores".
Margarida Loureiro, porta-voz do ACNUR, descreve a situação em Pemba
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As pessoas que vêm para Pemba nestes barcos "chegam em bastante mau estado, passam dez a onze dias no mar". "Temos pessoas a chegar muito doentes, muitas mulheres, muitas crianças - temos, inclusive, mulheres que deram à luz dentro dos barcos", indica a porta-voz do ACNUR.
Chegadas a terra firme, há quem tenha família que as acolha, mas a maioria das pessoas não tem para onde ir. "Estão a chegar à praia, não estão a chegar ao porto, e temos lá as nossas equipas a apoiar, a assistir, e a fazer os encaminhamentos necessários", refere Margarida Loureiro.
Têm existido testemunhos de situações de afogamento na viagem para Pemba, mas o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados não tem ainda dados sobre as circunstâncias em que aconteceram.
Há relatos de pessoas que morrem afogadas a tentar deixar a região de Palma
As autoridades, organizações humanitárias e governamentais estão a acompanhar a chegada de embarcações com deslocados a Pemba, nomeadamente na praia do Paquitequete, após a instabilidade, na sequência do ataque a Palma em março, que provocou dezenas de mortos e feridos.