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O Centro de Alerta para Tsunamis do Pacífico emitiu, esta quinta-feira, um alerta de tsunami no Oceano Pacífico após um terramoto de magnitude 8.1 que ocorreu perto das remotas ilhas Kermadec, da Nova Zelândia, no seguimento de dois abalos anteriores.
"Com base em todos os dados disponíveis, são previstas ondas de tsunami perigosas em algumas costas", alertou o Centro de Alerta para Tsunamis do Pacífico, que acrescentou que eram possíveis ondas mais pequenas em locais como Japão, Rússia, México e a costa sul-americana.
O Instituto de Geofísica dos Estados Unidos alertou para o novo sismo de magnitude 8.1 na escala Richter por volta das 08h28 da manhã de sexta-feira (horário local), a 19,4 km de profundidade. Não há, ainda, registo de danos ou vítimas.
As autoridades competentes ordenaram a evacuação de algumas áreas e aconselharam os cidadãos a deslocarem-se para terrenos mais elevados. "Pessoas próximas à costa, na Baía das Ilhas, Whangarei, Matata, Tolaga Bay e Ilha de Great Barrier devem deslocar-se imediatamente para o terreno elevado mais próximo, fora de todas as zonas de evacuação de tsunami", apontam.
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© EPA/USGS
O centro de alerta de tsunamis no Pacífico alertou sobre ondas potencialmente perigosas na Nova Zelândia, Guam, Tonga, Samoa, Havai, nas ilhas Cook, Fiji, Wallis e Futuna, entre outros.
Este é o terceiro tremor de terra que acontece em apenas algumas horas no país. O primeiro de 7.3 na escala Richter ocorreu a 180 quilómetros da cidade de Gisborne, pelas 02h27 da manhã locais. O Instituto de Geofísica dos Estados Unidos tinha emitido um alerta de tsunami para esta região que foi, entretanto, levantado. O segundo sismo de 7.4 foi também registado perto das ilhas Kermadec, por volta das 06h40 da manhã. Ambos igualmente sem informações sobre danos ou vítimas.

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Região "é uma das mais sismicamente ativas do planeta"
Fernando Carlos Lopes, geólogo da Universidade de Coimbra, não estranha a ocorrência de três fortes sismos em poucas horas. Este especialista em sismologia sublinha que a zona onde foram registados os abalos é das mais instáveis do globo.
"Aquela região é uma das mais sismicamente ativas do planeta, não é novidade. Nessa região dá-se o confronto de duas placas tectónicas: a placa tectónica do pacífico contra a placa tectónica da Austrália. A placa do pacífico acaba por mergulhar por baixo da placa da Austrália e, portanto, são zonas onde se criam grandes tensões. É o alívio destas tensões que acaba por ser traduzido em abalos sísmicos", explicou à TSF Fernando Carlos Lopes.
Especialista em sismologia português explica o que está na origem destes sismos
Nas últimas horas, os sismógrafos da Nova Zelândia têm registado tremores de terra de grande magnitude e em crescendo. Fernando Carlos Lopes disse que é normal.
"Normalmente estas zonas em que há convergência de placas são zonas onde há grande acumulação de tensões. É mais fácil quebrar, por exemplo, uma rocha fazendo-lhe a distenção do que por compressão. Por causa disso, os sismos em compressão, para provocarem rutura, acumulam muita energia. Essa energia, quando se liberta, é traduzida por esta magnitude elevada", acrescentou o geólogo da Universidade de Coimbra.