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O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu, esta quarta-feira, "reformas profundas" nas Nações Unidas, alegando que a organização não impediu a invasão russa.
"Nem as Nações Unidas nem o Conselho de Segurança funcionaram. São necessárias reformas", disse o líder ucraniano num discurso transmitido por videoconferência no Parlamento japonês, sublinhando que "por causa da guerra, o mundo está à beira de muitas novas crises".
"Precisamos de um instrumento para garantir a segurança global, acima de tudo. As organizações internacionais existentes não funcionam nesse sentido. Devemos, então, desenvolver uma nova ferramenta que possa realmente travar as invasões", afirmou.
Zelensky aproveitou a intervenção para agradecer a Tóquio por se ter juntado às sanções impostas pelos países ocidentais contra a Rússia. "Peço-vos que continuem a impor sanções", referiu, aplaudindo o Japão por ter sido "a primeira nação da Ásia a pressionar" Moscovo.
"Ninguém se sentirá seguro até esta guerra terminar e a paz voltar. Vamos esforçar-nos para que a Rússia queira a paz. É preciso introduzir proibições de comércio com a Rússia para deter o tsunami da invasão contra a Ucrânia", acrescentou.
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A Rússia "bloqueou o mar" e "as rotas comerciais habituais" com a Ucrânia, "mostrando a alguns outros - potenciais - agressores do mundo como pressionar as nações livres ao bloquear a navegação", adiantou ainda Zelensky.
O presidente ucraniano relembrou que já morreram "milhares de pessoas, incluindo 121 crianças". "Cerca de nove milhões de ucranianos foram forçados a deixar as próprias casas, a terra natal, fugindo das tropas russas. Os nossos territórios do norte, leste, sul, estão vazios, porque as pessoas estão a fugir desta ameaça mortal."
"As pessoas precisam de voltar para as casas delas. Onde cresceram. Onde sentem que é a casa deles. A terra natal. Tenho a certeza de que vocês entendem esse sentimento. Esta necessidade. A necessidade de regressar à sua terra. Devemos desenvolver novas garantias de segurança para que seja possível agir preventivamente e fortemente sempre que houver ameaça à paz", assinalou.