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"O medicamento que salva vidas de que a Ucrânia precisa é a paz".
É a frase que fica da conferência de imprensa do Gabinete Regional para a Europa da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Hans Kluge, diretor Regional da OMS para a Europa, começa por dizer que a saúde é um direito de todos os humanos, em todas as geografias e circunstâncias, o que inclui a Ucrânia. A partir da cidade ucraniana de Lviv, o painel começa por se solidarizar com os profissionais de saúde do país. O diretor Regional da OMS para a Europa anuncia que a OMS está pronta para voltar a enviar equipas para toda a Ucrânia.
"Apesar da guerra, estamos determinados a apoiar a Ucrânia. A Organização Mundial de Saúde está agora a preparar-se para voltar a enviar equipas para toda a Ucrânia, à medida a que as condições de acesso e segurança melhorem. Estamos determinados a trabalhar por uma forte e descentralizada rede na atual resposta humanitária, mas também para estar lá com autoridades nacionais e locais para reconstruir o sistema de saúde, que foi afetado pela guerra".
Kluge apela ao fim da guerra: "Para ter saúde é preciso paz. Para ter bem-estar é preciso esperança. E para curar é preciso tempo. Falo por parte de toda a família da OMS, quando digo que é o meu maior desejo que esta guerra termine rapidamente, sem mais perda de vidas. Tragicamente, essa não é a realidade que vemos."
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Hans Kluge apela ao fim da guerra na Ucrânia
O Gabinete Regional, constituído por Jarno Habicht, chefe da Representação da OMS na Ucrânia; e Heather Papowitz, gestora de Incidentes da OMS na Ucrânia,
não escondem que há problemas no acesso ao cuidado médico, mas os responsáveis não avançaram um número de pessoas que tenham morrido devido à falta de assistência médica, como pedido pelos jornalistas.
Ao dia de hoje, a OMS conta o que diz ser 91 ataques à saúde e diz que há falta de vacinação. Kluge avança que metade das farmácias na Ucrânia está fechada
e que mil instalações médicas estão perto de áreas de conflito. O médico revela também que, devido à guerra, cerca de 80 mil bebés vão nascer nos próximos 3 meses com falta de apoio pré e pós-natal.
O diretor Regional da OMS, Hans Kluge, assume que há áreas que não puderam ajudar por não conseguirem aceder e diz que a prioridade é a cidade ucraniana de Mariupol. "A OMS conseguiu entregar materiais de apoio a várias áreas afetas pela guerra, mas algumas continuam a ser difíceis de aceder. Acho que a prioridade, como todos devemos concordar, seria Mariupol"
Kluge aproveitou a oportunidade para expressar de novo a admiração por todos os trabalhadores na primeira linha: "Tive a oportunidade de trabalhar neste país durante vários anos e fiquei sempre impressionado pela resiliência das pessoas e pelo heroísmo das pessoas na primeira linha. E é por isso que, de 50 países, decidi que era preciso estar aqui realmente com as pessoas e trabalhadores da saúde."
A prioridade é entrar e apoiar Mariupol
A OMS diz apoiar a Ucrânia no curto e longo prazo. Questionados sobre um eventual ataque químico por parte da Rússia, a OMS diz que se está a preparar para todos os cenários.
Sobre eventuais massacres, Hans Kluge anuncia que o Conselho de Direitos Humanos apontou uma comissão independente e internacional para investigar alegados abusos de direitos humanos, do qual vai resultar um relatório em setembro deste ano.