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O líder da oposição israelita Yair Lapid, encarregue de formar Governo, anunciou esta quarta-feira que conseguiu fechar um acordo com as forças da oposição para formação de um executivo que destituirá do poder o atual primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu.
A nova coligação governamental, composta por partidos de quase todo o espetro ideológico - incluindo um partido árabe pela primeira vez - será liderada durante os primeiros dois anos pelo ultranacionalista religioso Naftali Benet, que será substituído pelo centrista Yair Lapid nos dois seguintes, noticia a agência EFE.
Os adversários do primeiro-ministro israelita cessante, Benjamin Netanyahu, tinham apenas algumas horas para anunciar hoje um acordo visando conduzir o país a uma "nova era" e acabar com mais de dois anos de crise política.
O editor de Internacional da TSF, Ricardo Alexandre, analisa um "momento absolutamente renovador" na política israelita.
A ser julgado por corrupção em três casos diferentes, Netanyahu é o primeiro chefe do governo israelita acusado durante o mandato.
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Segundo o seu gabinete, Yair Lapid telefonou esta noite, a poucas horas do fim do prazo, ao Presidente Reuven Rivlin para comunicar que reuniu o apoio necessário para formar Governo em Israel.
A sua equipa divulgou uma fotografia do acordo de coligação assinado pelos líderes de oito partidos israelitas - dois de esquerda, dois de centro, três de direita e um árabe - que marca uma alteração na história política de Israel.
A última vez que um partido árabe israelita apoiou - mas não participou -- de um executivo foi 1992, durante a época do "governo de paz" de Yitzhak Rabin.
Desta vez, o partido islâmico árabe Raam, liderada por Mansour Abbas, assinou oficialmente um acordo de coligação, sem indicar, nesta fase, se integraria o Governo.
"Este Governo estará a serviço de todos os cidadãos de Israel, respeitará aqueles que se opõem a ele e fará tudo ao seu alcance para unir as diferentes componentes da sociedade israelita", garantiu o Yair Lapid ao Presidente Rivlin, citado num comunicado do seu gabinete.
O novo executivo, que não integra o Likud de Benjamin Netanyahu, no poder há 12 anos sem interrupção, será ainda objeto de um voto de confiança do Parlamento, em princípio, durante a próxima semana.
*Notícia atualizada às 23h50