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Um dia depois de ter demitido o ministro da defesa, Jair Bolsonaro busca agora substitutos para os comandantes dos três ramos das Forças Armadas, que saíram em solidariedade com o ministro Azevedo e Silva, um general considerado da "ala moderada".
Azevedo caíra por, entre outras razões, não ter acolhido a ideia de Bolsonaro de decretar estado de sítio no Brasil, que suspende garantias individuais e dá plenos poderes ao presidente.
O presidente da República queria responder com esse estado de exceção às medidas de restrição à circulação promovidas por governadores de estados para fazer face ao pior momento da pandemia no Brasil, com mais de 300 mil mortos e em torno de 3000 óbitos diários.

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Enquanto outro general, o vice-presidente Hamilton Mourão, garantia que não, que nada abalará o compromisso das Forças Armadas com a legalidade e com a segurança institucional, a oposição alerta para o desejo de Bolsonaro promover um golpe de estado.
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"Bolsonaro continuar no poder é um risco para a democracia", disse Manuela D"Ávila, candidata a vice-presidente de Fernando Haddad nas últimas eleições.
Ouça a reportagem da TSF.
Para Marcelo Freixo, do esquerdista PSOL, "a demissão de comandantes que defendem os limites constitucionais do papel das Forças Armadas é preocupante". "Nós da oposição", continua, "seguiremos firmes na defesa da Democracia".
No dia 21 de março, data do seu aniversário Bolsonaro, havia prometido num discurso a apoiantes que estes poderiam ter a certeza que o exército é dele e que o povo pode contar com as Forças Armadas contra "alguns tiranetes que tolhem a liberdade de muitos de vocês", referindo-se aos governadores e às medidas de isolamento social propostas por estes.

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