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Em Kiev, à medida que as tropas russas apertam o cerco à capital ucraniana, há organizações internacionais que vão abandonando a capital do país. Foi o que aconteceu na terça-feira com a Organização Internacional para as Migrações. António Vitorino, diretor-geral da organização, explicou esta decisão à RTP na terça-feira à noite.
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"Decidimos retirar as nossas equipas de Kiev porque receamos, sinceramente, que nas próximas horas venhamos a assistir a uma intensificação dos combates em torno de Kiev e temos de preservar também a segurança e estabilidade das nossas equipas para podermos ajudar os ucranianos", explicou António Vitorino.
O diretor-geral da Organização Internacional para as Migrações acredita que, até agora, já 800 mil pessoas deixaram a Ucrânia.

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"Neste momento é muito difícil fazer projeções. O que posso dizer é que, no pior caso que tínhamos considerado, estaríamos a falar de cerca de um a três milhões e ao fim de seis dias de combates já registámos mais de 800 mil saídas da Ucrânia, das quais quase metade foram em direção à Polónia, mas também registámos números muito significativos em países mais pequenos. Mais de 100 mil pessoas foram para a Moldávia ou para a Hungria. Neste momento, a nossa perspetiva é que, de facto, este número pode infelizmente ser atingido dependendo de duas coisas: das operações militares em si mesmas e também da duração do conflito", acrescentou o diretor da Organização Internacional para as Migrações.
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Ouça as declarações de António Vitorino
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de mais de 100 mil deslocados e mais de 660 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.

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