Organizador de jantares polémicos em França retrata-se de referência a presença de ministros

O Governo francês prometeu que não haverá impunidade caso se confirme a presença de ministros em festas e jantares clandestinos.

Um dos organizadores das supostas festas e jantares ilegais em Paris, sem respeito pelas normas sanitárias para conter a Covid-19, alegou esta segunda-feira que estava a brincar quando disse que ministros franceses participavam nessas refeições.

O canal de televisão privada M6 transmitiu esta segunda-feira uma reportagem em que, através de uma câmara escondida, mostra um organizador desses jantares e festas a admitir que membros do Executivo francês tinham participado, embora não os tivesse identificado.

Num comunicado dirigido à agência noticiosa AFP pelo seu advogado, o organizador, identificado por vários media e internautas como Pierre-Jean Chalençon, proprietário de um dos locais exclusivos, o luxuoso Palais Vivienne, reconheceu implicitamente ser a fonte de informação, mas alegou que se socorreu do "humor" e do "sentido do absurdo" quando afirmou que ministros participavam nesses jantares e festas.

À reportagem do canal M6, o homem, que se apresentava como colecionador, disse que tinha jantado esta semana em dois ou três restaurantes "supostamente clandestinos" com "vários ministros".

Num vídeo divulgado em fevereiro, Pierre-Jean Chalençon admitia que organizava almoços e jantares em sua casa com o 'chef' Christophe Leroy.

O porta-voz do Governo francês, Gabriel Attal, evocado no vídeo como um dos próximos participantes de um desses jantares, revelou-se esta segunda-feira surpreendido com o vídeo, divulgado na rede social Twitter, e negou a presença de qualquer membro do Governo nessas refeições.

Acorrendo em nome de todos os ministros, o titular da pasta da Economia, Bruno Le Maire, advogou que "todos os ministros, sem exceção, respeitam as regras".

Ainda assim, o Governo francês prometeu que não haverá impunidade caso se confirme a presença de ministros em festas e jantares clandestinos, tal como foi reportado na televisão.

O caso já levou o Ministério Público de Paris a abrir um inquérito, numa altura em que França inicia o terceiro confinamento devido ao aumento do número de casos de Covid-19 e às pessoas internadas nos hospitais.

Desde o início da pandemia da Covid-19, em março de 2020, França totaliza 96.678 mortes por Covid-19 entre 4.822.470 casos de infeção.

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