Para onde vão os votos de Jean-Luc Mélenchon?

Jean-Luc Mélenchon foi o segundo candidato mais votado em Paris, reuniu 30% dos votos na primeira volta das eleições presidenciais, e ficou atrás de Emmanuel Macron, que soma 35% na capital francesa.

Uma deceção para os eleitores do candidato da França Insubmissa. O candidato da França Insubmissa pediu para não dar uma única voz a Marine Le Pen, mas para onde vão os votos dos eleitores de Jean-Luc Mélenchon, na segunda volta das eleições presidenciais?

Alguns não querem voltar às urnas e o voto em branco é uma opção para muitos eleitores. "Penso que não vou votar porque há cinco anos votámos em Emmanuel Macron e não resultou. Também não posso votar no Le Pen, portanto não vou votar", explica-nos Sarah.

Mas há muitos eleitores que continuam confusos. "Estou indeciso e não tenho a certeza de ir votar na segunda volta porque não existem motivos. Existe uma falta de sentido nestas presidenciais. Estamos a repetir a mesma coisa de há cinco anos, o jogo volta a repetir-se", explica-nos Benoît.

Michel conta-nos que não vai votar em nenhum candidato. Votar em branco é uma possibilidade; "se votar em branco ainda fosse contabilizado... Faria isso, com todo o gosto, mas como não é esse o caso".

Votar em branco é uma opção possível para muitos eleitores. "Não votarei em Macron, que nos maltratou durante cinco anos, e também não votarei na extrema-direita que maltratou toda a minha família com os fascistas que eles representam. Votarei em branco", assegura Patrick.

"Penso que vou votar em branco porque nenhum dos dois candidatos me interessam. Entre a peste e a raiva prefiro não escolher", compara Alexandre.

Para quem ainda não sabe em quem votar, a próxima semana vai ser decisiva, sobretudo na próxima quarta-feira, dia em que os dois candidatos se confrontam num debate televisivo. "Caso eles nos mostrem que estão dispostos a mudar e a fazer melhor do que nos últimos cinco anos, poderei votar num ou no outro. Mas fico à espera que isso aconteça e estou bastante cética", sublinha Pauline.

Destes eleitores que cruzamos esta semana, nenhum confirmou apoiar um ou outro candidato.

A campanha da segunda volta também está a ser um "referendo sobre a Europa" como Emmanuel? O presidente cessante fez da Europa um dos grandes eixos da campanha frente a Marine Le Pen. Estas são duas visões opostas da França sobre a Europa.

Em Estrasburgo, Emmanuel Macron voltou a defender-se como europeísta. "A batalha que enfrentamos não é apenas uma batalha da França, mas uma batalha para a Europa", afirmou. Tal como o fez em 2017, o candidato faz campanha para uma Europa mais forte e mais protetora.

Este plano passa primeiro por uma Europa da Defesa com capacidades militares reforçadas para as forças armadas europeias. O candidato Macron defende ainda a autonomia energética do continente e a ideia de uma taxa de carbono nas fronteiras para evitar concorrência desleal. Quanto ao espaço Schengen, defende reformas para reforçar as fronteiras europeias.

Mais Europa para fazer frente aos gigantes chineses e americanos, uma forma de se distinguir de Marine Le Pen.

A candidata da união nacional deixou de defender a saída da França da União Europeia ou de deixar o euro, o programa não deixa de ser eurocético. Caso seja eleita, a candidata do partido de extrema-direita conta baixar de 5 milhares de euros a contribuição francesa no orçamento europeu, quer restabelecer o controlo permanente nas fronteiras como reclamam a Hungria e a Polónia.

"Quanto a esse tema existe uma necessária transformação da União Europeia em aliança europeia das nações, provavelmente, uma visão comum. Da mesma forma que temos uma visão comum quanto à necessidade da constituição das nações soberanas primar sobre as diretivas ou tratados existentes", defende.

A distância entre a candidata da União Nacional e o candidato d'A República em Marcha começa a aumentar. Emmanuel Macron acusa Marine Le Pen de o evitar, ela contesta: "Ele está em campanha há três dias e eu há trinta semanas"

Esta semana também se levantam tensões com meios de comunicação, Marine Le Pen limita os acessos às conferências de imprensa, entrevistas e assume escolher os jornalistas que a seguem como em 2017. Um posicionamento autoritário ataca Emmanuel Macron.

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