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O Parlamento Europeu vai ter, na terça-feira em Bruxelas, uma sessão plenária extraordinária para uma "resposta europeia sem precedentes" após a invasão russa da Ucrânia, anunciou esta quinta-feira a presidente da instituição, condenando a "agressão russa".
"Uma sessão extraordinária do Parlamento Europeu realiza-se a 1 de março [próxima terça-feira] em Bruxelas. A decisão foi acordada pelos grupos políticos em reunião da Conferência de Presidentes e pelos presidentes do Conselho Europeu, Charles Michel, e da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen", anunciou Roberta Metsola.
Numa mensagem na rede social Twitter, a líder do Parlamento Europeu vincou: "Permanecemos firmes na nossa unidade, determinação e resposta à agressão russa não provocada".
O anúncio surge após uma reunião de urgência da Conferência dos Presidentes do Parlamento Europeu, esta quinta-feira de manhã em formato híbrido, que decorreu horas depois do início da invasão da Rússia da Ucrânia.
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"O Parlamento Europeu apoia uma resposta europeia e internacional sem precedentes, incluindo novas e severas sanções que garantirão que o Kremlin será responsabilizado pelas suas ações", refere a instituição, em comunicado à imprensa.
Os chefes de Governo e de Estado da UE discutirão na noite desta quinta-feira, numa cimeira de urgência em Bruxelas, novas sanções à Rússia, depois de Moscovo ter ordenado uma operação militar em grande escala na Ucrânia, iniciada de madrugada, com bombardeamentos em várias cidades e a entrada de forças russas em território ucraniano.
Os embaixadores dos 27 Estados-membros junto da UE já estão reunidos em Bruxelas, para discutir a escalada da ofensiva militar russa na Ucrânia e preparar o Conselho Europeu extraordinário de hoje à noite, com novas sanções sobre a mesa.
A cimeira extraordinária de chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE), com início agendado para as 20:00 de Bruxelas (19h00 de Lisboa), foi convocada de urgência na quarta-feira pelo presidente do Conselho Europeu, mas ainda antes de Moscovo ter ordenado uma operação militar em grande escala na Ucrânia, iniciada durante a madrugada.
Os líderes dos 27, entre os quais o primeiro-ministro António Costa, deverão discutir a adoção de um novo pacote de sanções da UE à Rússia, que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, prometeu na manhã desta quinta-feira que serão "pesadas".
"Estamos perante um ato de agressão sem precedentes por parte da liderança russa contra um país soberano e independente. O alvo dos russos não é apenas Donbass (leste ucraniano), o alvo não é apenas a Ucrânia, o alvo é a estabilidade na Europa e toda a ordem internacional de paz e responsabilizaremos o Presidente Putin por isso, pelo que, ainda hoje, apresentaremos um pacote de sanções pesadas e direcionadas aos líderes europeus", anunciou Ursula von der Leyen.
"Enfraqueceremos a base económica da Rússia e a sua capacidade de modernização e, além disso, iremos congelar os ativos russos na UE e impedir o acesso dos bancos russos aos mercados financeiros europeus", visando, à semelhança do primeiro pacote de sanções, "afetar os interesses do Kremlin e a sua capacidade de financiar a guerra", explicou a representante.
E avisou: "Não deixaremos que o Presidente Putin derrube a arquitetura de segurança que lhe tem dado paz e estabilidade ao longo de muitas décadas. Não permitiremos que o Presidente Putin substitua o lugar, o Estado de direito, pelo Estado de força, e a impiedade e ele não deve subestimar o resultado, e a força das nossas democracias".
A Rússia lançou na madrugada desta quinta-feira uma ofensiva militar em território da Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que as autoridades ucranianas dizem ter provocado dezenas de mortos nas primeiras horas.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que o ataque responde a um "pedido de ajuda das autoridades das repúblicas de Donetsk e Lugansk", no leste da Ucrânia, cuja independência reconheceu na segunda-feira, e visa a "desmilitarização e desnazificação" do país vizinho.
O ataque foi de imediato condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários Governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU.
ACOMPANHE AQUI A ESCALADA DE TENSÃO ENTRE A RÚSSIA E A UCRÂNIA