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O Parlamento italiano inicia nesta segunda-feira o processo de votação para eleger o Presidente da República para os próximos sete anos, numa sessão conjunta com 639 deputados, 321 senadores e 58 delegados regionais.
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Embora não haja candidaturas formais ao cargo, os partidos tendem a negociar para tentar encontrar um candidato comum, o que aconteceu também desta vez, para encontrar o substituto do atual titular, Sergio Mattarella.
Ouça aqui na íntegra a entrevista com Goffredo Adinolfi, conduzida por Rui Polónio.
Existe já uma aliança para encontrar um candidato comum entre três formações - o Movimento 5 Estrelas (M5S), o Partido Democrata (PD) e o progressista Artigo Um - que, em qualquer caso, contará com mais forças políticas, como o partido de Matteo Renzi, Itália Viva.
Esta aliança não anunciou ainda o nome do seu candidato, porque a prioridade inicial era acordarem que encontrariam um "respeitável", para travar a candidatura do polémico ex-primeiro-ministro conservador Silvio Berlusconi, que contaria com o apoio do bloco da direita e extrema-direita, mas acabou por se retirar da corrida no sábado.
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Os líderes da Liga, Matteo Salvini, e dos Irmãos de Itália, Giorgia Meloni, tinham instado Berlusconi a fazer um anúncio oficial da sua candidatura ao palácio do Quirinal até domingo, ou então escolheriam outro candidato para apoiar, o que agora terão de fazer.
Um dos nomes mais apontados é o do atual primeiro-ministro, Mario Draghi, uma figura consensual, mas essa alternativa implicaria procurar um substituto para chefiar o Governo de coligação, o que poderá complicar a eleição do economista, segundo os analistas.
A confirmar-se esta escolha, ela pode significar o fim do sistema partidário italiano, defende o professor do ISCTE Goffredo Adinolfi.
Nos termos da Constituição italiana, é necessária maioria de dois terços do Parlamento para eleger o novo Presidente. Se tal não acontecer ao fim de três votações, a partir da quarta apenas é necessária maioria absoluta (metade dos votos mais um).
Ouça a explicação de Goffredo Adinolfi.
Tal exigirá uma aproximação entre o bloco da direita e do da esquerda, tendo em conta que nenhum deles tem votos suficientes para impor um candidato.
O professor Goffredo Adinolfi acredita que o processo de escolha será breve.