Pelosi diz que visita a Taiwan "honra o compromisso inabalável da América"

Líder da Câmara dos Representantes norte-americana sublinha que os EUA estão solidários com os 23 milhões de taiwaneses. Leia o comunicado na íntegra.

Pouco depois de aterrar em Taiwan, apesar das ameaças da China, Nancy Pelosi, líder da Câmara dos Representantes norte-americana, emitiu um comunicado no Twitter em que lembra que esta é a primeira visita oficial de um presidente da Câmara dos Representantes dos EUA a Taiwan nos últimos 25 anos.

"A visita da nossa delegação do Congresso a Taiwan honra o compromisso inabalável da América em apoiar a vibrante democracia de Taiwan. A nossa visita faz parte de uma viagem mais alargada ao Indo-Pacífico - incluindo Singapura, Malásia, Coreia do Sul e Japão - centrada na segurança mútua, parceria económica e governação democrática. As nossas discussões com a liderança de Taiwan centrar-se-ão na reafirmação do nosso apoio ao nosso parceiro e na promoção dos interesses comuns, incluindo o avanço de uma região livre e aberta", pode ler-se na nota.

Pelosi garante também que os EUA estão solidários com os 23 milhões de taiwaneses e que essa solidariedade é "mais importante do que nunca" numa altura em que o mundo tem de escolher entre uma autocracia e a democracia.

"A nossa visita é uma das várias do Congresso a Taiwan e não contradiz, de forma alguma, a política de longa data dos EUA", acrescenta.

A líder do Congresso norte-americano aterrou cerca das 15h43 (hora de Lisboa) em Taiwan, apesar de a China ter ameaçado com "consequências desastrosas" caso se confirmasse a visita de Nancy Pelosi àquele território.

"Caças Su-35 chineses começaram a cruzar o estreito de Taiwan", que separa a China continental da ilha reivindicada por Pequim, assim que o avião de Pelosi começou a descer para aterrar, segundo anunciou a televisão estatal chinesa CGTN.

Já esta terça-feira de manhã, a agência de notícias de Taiwan CNA informou que um navio contratorpedeiro, várias fragatas e navios de telecomunicações da Marinha de Guerra chinesa estavam a caminho da ilha de Lanyu, no sudeste de Taiwan.

A imprensa norte-americana avançou, na semana passada, a possibilidade de a viagem à Ásia de Pelosi passar por Taiwan, sendo que tanto representantes militares como civis chineses alertaram para as possíveis consequências da visita da responsável norte-americana.

A China reivindica soberania sobre a ilha e considera Taiwan uma província rebelde desde que os nacionalistas do Kuomintang se retiraram para lá, em 1949, depois de perder a guerra civil contra os comunistas.

Taiwan, com quem o país norte-americano não mantém relações oficiais, é uma das principais fontes de conflito entre a China e os EUA, principalmente porque Washington é o principal fornecedor de armas de Taiwan e seria o seu maior aliado militar em caso de conflito com o gigante asiático.

Leia aqui o comunicado na íntegra:

"Taipei, Taiwan - Speaker Nancy Pelosi and Members of a Congressional Delegation issued this statement upon arrival in Taiwan. This visit is the first official visit to Taiwan by a Speaker of the United States House of Representatives in 25 years.

Our Congressional delegation"s visit to Taiwan honors America"s unwavering commitment to supporting Taiwan"s vibrant Democracy.

"Our visit is part of our broader trip to the Indo-Pacific - including Singapore, Malaysia, South Korea and Japan - focused on mutual security, economic partnership and democratic governance. Our discussions with Taiwan leadership will focus on reaffirming our support for our partner and on promoting our shared interests, including advancing a free and open Indo-Pacific region. America"s solidarity with the 23 million people of Taiwan is more important today than ever, as the world faces a choice between autocracy and democracy.

"Our visit is one of several Congressional delegations to Taiwan - and it in no way contradicts longstanding United States policy, guided by the Taiwan Relations Act of 1979, U.S.-China Joint Communiques and the Six Assurances. The United States continues to oppose unilateral efforts to change the status quo."

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