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O ministro da Defesa da Polónia, Mariusz Blaszczak, confirmou esta quarta-feira que o país vai enviar "munições, mísseis antiaéreos de curto alcance e 'drones'" para a Ucrânia contribuindo para o arsenal "defensivo" face à ameaça da Rússia.
Blaszczak disse ainda que na deslocação a Londres, na segunda-feira, ficou acordado o envio de 350 militares britânicos para o sudeste da Polónia que se vão juntar aos 1.700 soldados norte-americanos que estão a ser destacados esta semana para a mesma zona.
Sublinhar que, na sua opinião, "apenas com firmeza se pode parar (Vladimir) Putin, o ministro da Defesa da Polónia disse "que é do interesse nacional polaco que a Ucrânia seja um estado soberano e independente".
O ministro disse ainda que a NATO "é uma garantia" no que diz respeito à segurança nacional polaca, defendendo que os 02% do Produto Interno Bruto destinados à Defesa na Polónia, assim como a criação da nova Lei de Defesa da Pátria, fortalecem a posição do país.
"Desde 2015 que o Exército polaco cresce em tamanho e força", disse Blaszczak, frisando que o governo de Varsóvia vai estabelecer também uma divisão dedicada à "guerra cibernética" enquadrada nas Forças Armadas, que vai ter como objetivo a "guerra eletrónica e combater os ataques informáticos" na Polónia.
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De acordo com a recentemente aprovada Lei da Defesa da Pátria, o governo polaco prevê aumentar os efetivos do Exército até aos 250 mil face aos 62 mil militares que existem atualmente, além de ampliar o corpo de soldados na reserva até aos 50 mil.
Por outro lado, o vice-ministro da Defesa da Polónia, Wojciech Skurkiewicz, afirmou numa entrevista radiofónica transmitida esta quarta-feira que o "reavivar das aspirações imperialistas" da Rússia pode conduzir "a algo semelhante à antiga área de influência de Moscovo".
"É o que querem os políticos do Kremlin", disse, referindo-se ao período anterior ao colapso da União Soviética no início dos anos 1990.
De acordo com o Ministério da Defesa da Polónia, há mais de 127 mil soldados russos concentrados junto à fronteira ucraniana, tendo sido "detetados" dezenas de comboios que transportam material bélico como mísseis terra-terra Iskander (com um raio de ação de 400 quilómetros) e que se encontram na Bielorrússia.
Exercícios militares conjuntos entre as forças da Bielorrússia e a Rússia estão previstos começar na quinta-feira em território bielorrusso.
A Ucrânia e os seus aliados ocidentais receiam que a Rússia se prepare para invadir novamente o país vizinho, depois de lhe ter anexado a península da Crimeia em 2014.
A Rússia nega qualquer intenção bélica, mas condiciona o desanuviamento da crise a exigências que diz serem necessárias para garantir a sua segurança, incluindo garantias de que a Ucrânia nunca fará parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).