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O Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, anunciou esta quinta-feira a ilegalização de todas as organizações não-governamentais (ONG) da oposição, que acusou de receber financiamento estrangeiro e de preparar um golpe no país.
"Não há perdão para os traidores. Aqueles que tentaram derrubar o país (...) não terão perdão. Detetamo-los às dezenas e às centenas. Ilegalizamos todas as organizações financiadas pelo estrangeiro e que preparavam uma rebelião e um golpe de Estado", disse Lukashenko, citado pela agência de notícias BELTA.
De acordo com o chefe de Estado, essas organizações "jamais serão restauradas", mesmo que solicitem a recuperação do seu estatuto legal.
O Presidente bielorrusso, considerado o último ditador da Europa, acaba assim com todas as ONG da oposição que o enfrentaram após as eleições presidenciais de agosto de 2020, nas quais conseguiu um quinto mandato com 80% dos votos.
A oposição considerou o escrutínio fraudulento, tal como vários países ocidentais e Lukashenko enfrentou inéditas manifestações em massa.
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O regime bielorrusso reprimiu as manifestações após as eleições e deteve inúmeros opositores, mas alguns destes conseguiram sair do país, como Svetlana Tikhanovskaya, agora líder da oposição no exílio.
De acordo com a organização não-governamental Viasna, a Bielorrússia tem atualmente 912 presos políticos.
O Presidente criticou ainda os funcionários bielorrussos, considerando existirem "muitos líderes que assumem posições antigovernamentais".
Apelou assim aos funcionários que querem ser "absolutamente independentes e pedir sanções, lutar contra as autoridades e coisas do mesmo tipo" a irem para a Lituânia e Polónia, onde "ainda há empregos" para eles.