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O Presidente da Bielorrússia vai pedir à Alemanha que receba os dois mil migrantes que se encontram na zona de fronteira com a Polónia.
Citado pela agência oficial de notícias da Bielorrússia, Alexandre Lukashenko diz que aguarda por uma resposta da União Europeia, mas garante que Bruxelas não contactou a Bielorrússia para encontrar uma solução para o impasse. Por isso, pede à Alemanha que acolha os migrantes.
Lukashenko deixou também um aviso à Polónia, que ameaça fechar uma fronteira onde passam comboios. O Presidente bielorrusso afirma que, se a fronteira for fechada, o tráfego rodoviário pode ser desviado para uma zona de conflito, no leste da Ucrânia.
"Estou à espera que a União Europeia (UE) responda à pergunta sobre os dois mil migrantes", disse Alexander Lukashenko, citado pela agência de notícias estatal Belta.
Lukashenko disse que pediu à UE para receber esses migrantes e insistiu que a chanceler alemã, Angela "Merkel, prometeu analisar o problema ao nível da UE".
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"Temos de exigir aos alemães que os recebam [aos migrantes]", declarou Lukashenko.
A Guarda de Fronteira polaca relatou nesta segunda-feira 346 novas tentativas de cruzar ilegalmente a sua fronteira com a Bielorrússia nas últimas 24 horas, assim como indicou a emissão de ordens de expulsão contra 58 cidadãos estrangeiros.
Através da sua conta na rede social Twitter, a Guarda de Fronteira especificou que também foi capaz de impedir outras tentativas de entrar em território polaco.
Além disso, dois cidadãos sírios e um cidadão da Geórgia foram detidos por fornecerem ajuda a migrantes para atravessarem a fronteira, acrescentou o órgão polaco.
Por outro lado, a Guarda de Fronteira informou que no domingo, no trecho de Dubicze Cerkiewne, houve uma tentativa violenta de entrar em território polaco por parte de 150 imigrantes, tentativa esta que, segundo a autoridade de fronteiras polaca, foi supervisionada pelos serviços bielorrussos.
Desde o início do ano, a Guarda de Fronteira registou mais de 36 mil tentativas de entrar ilegalmente em território polaco através da Bielorrússia, nomeadamente sete mil no corrente mês e por volta de 17.300 em outubro, outros 7700 em setembro e mais de 3500 em agosto.
Desde 2 de setembro, o estado de emergência está em vigor em 183 localidades nos voivodatos [divisão territorial] ou nas províncias de Podlachia e Lublin, devido à pressão migratória na área de fronteira com a Bielorrússia, introduzida por 30 dias e prolongada por mais 60.
Em meados do próximo ano, uma cerca de aço será erguida em Podlachia, na fronteira com a Bielorrússia, com 180 km de comprimento e 5,5 metros de altura, coberta com arame farpado e equipada com dispositivos eletrónicos, com sensores de movimento e câmaras diurnas e noturnas.
No entanto, o rio Bug, na região de Lublin, representa uma fronteira natural entre a Polónia e a Bielorrússia.
Alguns milhares de migrantes, principalmente do Médio Oriente, estão acampados no lado bielorrusso da fronteira oriental da União Europeia (UE).
O Ocidente acusa a Bielorrússia de atrair pessoas para a fronteira com falsas promessas de uma entrada fácil na UE. O Governo polaco acusa Minsk de orquestrar uma "guerra híbrida" ao provocar uma onda de migração irregular.