- Comentar
A Coreia do Norte disparou esta quinta-feira mais um míssil balístico em direção a águas sul-coreanas -- o terceiro teste desta semana, enquanto prosseguem manobras militares dos Estados Unidos com a Coreia do Sul que Pyongyang considera uma ameaça.
Segundo as autoridades sul-coreanas, o lançamento do mais recente míssil de Pyongyang ocorreu também horas antes de o Presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, viajar para Tóquio para uma cimeira com o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, destinada a reparar as desgastadas relações e a consolidar uma cooperação trilateral em matéria de segurança com os Estados Unidos, para combater as ameaças norte-coreanas.
Os chefes do Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul afirmaram que o lançamento do míssil norte-coreano ocorreu hoje de manhã, mas não forneceram mais pormenores, tais como a distância que percorreu até cair em águas territoriais sul-coreanas.
O Ministério da Defesa japonês indicou que o míssil foi disparado de uma zona costeira da Coreia do Norte e se esperava que aterrasse no mar cerca de uma hora depois, a cerca de 550 quilómetros ao largo da costa leste norte-coreana e fora da Zona Económica Exclusiva (ZEE) nipónica.
Pyongyang já tinha efetuado dois testes esta semana, disparando mísseis de cruzeiro de um submarino e também lançando mísseis balísticos de curto alcance do seu território para um alvo no mar oriental.
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
Os testes de armamento eram esperados, uma vez que o líder norte-coreano, Kim Jong-un, ordenara na semana passada aos militares para estarem prontos para repelir aquilo a que chamou "frenéticos exercícios de preparação para a guerra" dos adversários do seu país.
As manobras militares conjuntas dos Estados Unidos e da Coreia do Sul, que Pyongyang vê como um ensaio para uma invasão, começaram na segunda-feira e prevê-se que decorram até 23 de março, incluindo simulações computorizadas e exercícios no terreno com fogo real.
No ano passado, Pyongyang testou mais de 70 mísseis, incluindo alguns com capacidade nuclear para atingir a Coreia do Sul, o Japão e a parte continental dos Estados Unidos, afirmando que muitos desses testes foram avisos após manobras militares conjuntas norte-americanas e sul-coreanas anteriores.
A cimeira entre a Coreia do Sul e o Japão foi organizada depois de o Governo de Yoon ter, na semana passada, dado um grande passo para reparar as relações bilaterais tensas desde o domínio colonial japonês da Península Coreana entre 1910 e 1945.
O executivo do Presidente Yoon declarou que utilizaria fundos locais para compensar os cidadãos coreanos submetidos a trabalho escravo industrial durante o período colonial nipónico sem contribuições das empresas japonesas que os empregavam.
O plano, que desencadeou forte oposição interna, é reflexo da determinação do Governo de Yoon de melhorar as relações com o Japão e impulsionar a cooperação entre Seul, Tóquio e Washington na área da segurança.
Sob o Governo de Kishida, Tóquio também fez uma grande rutura com o seu princípio pós-Segunda Guerra Mundial de apenas autodefesa, adotando uma nova estratégia de segurança nacional em dezembro que inclui os objetivos de adquirir armamento de ataque preventivo e mísseis de cruzeiro para enfrentar as crescentes ameaças da Coreia do Norte, da China e da Rússia.