Reportagem TSF em Kiev: a contracorrente. Combatentes e os que deixaram família para trás chegam à capital

Quando a maioria da população deixa Kiev, a capital sob ataque, há quem faça o percurso inverso e se dirija para a cidade. São pessoas que querem ajudar na luta ou que procuram retirar familiares que ainda não conseguiram embarcar.

O enviado especial da TSF à Ucrânia, Pedro Cruz, chegou, esta quarta-feira, a Kiev, depois de quase onze horas de viagem, a partir de Lviv, com temperaturas negativas, num comboio que trazia cerca de uma centena de pessoas.

Neste comboio, conta o repórter, seguiam, essencialmente, três tipos de viajantes: jornalistas, combatentes que querem alistar-se no exército e pessoas que vão "resgatar" familiares.

"Nos dias passados, havia larguíssimos milhares de pessoas à espera de comboio para sair de Kiev. Nem todos puderam embarcar. Algumas pessoas deixaram familiares, sobretudo idosos", pelo que são muitos aqueles que regressam à cidade para levar consigo estes familiares que não conseguiram embarcar, indica Pedro Cruz.

Além de pessoas que procuram ir buscar os familiares à cidade, o jornalista encontrou também, no comboio, potenciais combatentes. O repórter da TSF ouviu um norte-americano, oriundo de Los Angeles, na Califórnia, que serviu no exército dos EUA e foi agora para a Ucrânia para combater os russos. A partilhar um compartimento com o americano, estava um ucraniano, um polícia de Lviv, que achou que seria mais útil no combate militar na capital. "Ambos querem ir para a linha da frente."

Kiev, enquanto capital da Ucrânia, é um ponto estratégico e, por isso, os esforços ucranianos estão dirigidos em defender esta cidade, o símbolo do poder, da governação, da independência do país.

Chegados a capital, todos descem das carruagens. "Os comboios continuam a funcionar para praticamente todo o país" e a estação de Kiev, "um sem-fim de linhas, muito perto do centro da cidade", está "muito tranquila", relata Pedro Cruz.

"Para quem chega à estação, não parece haver guerra. O ambiente é normal. Há calma, tranquilidade."

ACOMPANHE AQUI TUDO SOBRE O CONFLITO ENTRE A RÚSSIA E A UCRÂNIA

Recomendadas

Outros Conteúdos GMG

Patrocinado

Apoio de