Reportagem TSF na Ucrânia. Kharkiv reconstrói-se entre ameaças de novos ataques

A guerra tem sido nestes dias mais intensa no leste da Ucrânia e Kharkiv, uma das cidades mais afetadas pela destruição, está agora em reconstrução.

Um edifico da universidade local, que tinha sido bombardeado, foi inaugurado há poucos dias. Contudo, centenas de edifícios continuam sem as obras necessárias, numa cidade que é habitualmente habitada por cerca de dois milhões de pessoas, mas onde agora vive muito menos gente.

De acordo com as autoridades da cidade, o número de pessoas que ainda está em Kharkiv não deve chegar a um milhão e uma boa parte dos que ainda aí moram prefere permanecer em casa. Na noite de domingo e na manhã desta segunda-feira, as sirenes tocaram várias vezes, embora não tenha havido explosões.

O comércio está aberto e é muito, mas nem isso faz com que a cidade deixe de estar vazia. Na zona de Izium, mais próxima da frente de guerra, a reconstrução nem sequer começou. A maior parte dos edifícios continua afetada pela guerra e muitos deles estão inabitáveis.

Na rua vê-se pouca gente e os que ficaram na cidade foram os mais velhos. Numa aldeia perto de Kharkiv, em cerca de 500 casas que aí existe, não há uma que esteja intacta. Tal como Izium, essa aldeia também foi ocupada por forças russas. Ainda assim, tudo isto não impede que o local seja habitado por 20 pessoas.

Muitas querem regressar, mas a destruição não permite que isso seja possível, pelo menos para já, contam as pessoas que aí ficaram.

Mais do que a destruição e o vazio, o que preenche esta zona da Ucrânia é o medo. Todos têm uma estória de guerra, mas poucos querem contá-la. E mesmo os que se abriram à TSF, percebia-se que não estavam a contar tudo o que sabem.

A segurança também é mais apertada nesta zona da Ucrânia, do que noutros locais. Ainda existem muitos postos de controlo e muitos militares nas ruas. Muitos carros do exército ucraniano circulam na estrada que liga Izium a Kharkiv, tanto na direção da frente de guerra e outros na direção contrária.

O que faziam, não deu para perceber, mas o tipo de veículo indica que se trata de apoio logístico, já que não eram carros de combate. Esses, tanto russos como ucranianos, preenchem as ruas do leste do país, estando completamente destruídos.

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