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A Rússia acusou, esta quarta-feira, o governo dos Estados Unidos de atrapalhar as "difíceis" negociações com a Ucrânia e considerou que o objetivo de Washington é "dominar" a ordem mundial, usando as sanções para alcançar a meta.
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"As negociações são difíceis, o lado ucraniano muda constantemente de posição. É difícil evitar a impressão de que os nossos colegas americanos estão a segurar as mãos deles", disse o ministro russo das Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, durante uma palestra numa universidade.
Segundo Lavrov, os Estados Unidos estão interessados em prolongar "o mais possível" o atual conflito militar também porque "querem continuar a fornecer armas à Ucrânia".
"Os norte-americanos assumem simplesmente que não é lucrativo terminar este processo rapidamente", acrescentou, criticando o Ocidente por "'regar' a Ucrânia com armas" com a intenção de "manter Moscovo e Kiev em situação de combate o mais tempo possível".
"Muitos gostariam de garantir que as negociações entrassem num impasse", insistiu o chefe da diplomacia russa, apontando o dedo à Polónia, um dos principais apoiantes da Ucrânia.
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Admitindo ter ficado "impressionado" com a extensão das sanções ocidentais adotadas contra a Rússia na sequência da sua ofensiva na Ucrânia, Lavrov referiu que essas medidas são vistas como uma forma de "retirar a Rússia do caminho para poder ter um mundo unipolar".
A questão central para os Estados Unidos não é a Ucrânia, mas "a ordem mundial, que os Estados Unidos querem dominar", disse.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 925 mortos e 1.496 feridos entre a população civil, incluindo mais de 170 crianças, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, entre as quais 3,48 milhões para os países vizinhos, indicam os mais recentes dados da ONU.</p>
Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.</p>
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.