- Comentar
A Rússia fez outro ultimato às forças ucranianas estacionadas na fábrica Azovstal, em Mariupol, para largarem as armas, esta quarta-feira, depois de nenhum dos elementos se ter rendido nas duas horas estabelecidas por Moscovo na terça-feira.
Relacionados
Rússia pede fim da resistência em Mariupol e deposição de armas dos militares ucranianos
Oligarca russo garante que "90% dos russos são contra a guerra"
Líder checheno pró-Moscovo prevê queda de Mariupol nas próximas horas
"Apesar da total irresponsabilidade dos oficiais do regime de Kiev, para salvar os seus militares, as forças armadas russas, guiadas por princípios puramente humanos, voltam a oferecer combatentes dos batalhões nacionalistas e mercenários para cessarem os combates e pousarem as armas às 14h00 horas locais [12h00 em Lisboa]", disse o responsável pelo Centro Nacional de Controlo da Defesa, o coronel-general Mikhail Mizintsev.
Moscovo vai garantir a segurança e a proteção daqueles que se renderem esta quarta-feira, afirmou Mizintsev.
Na terça-feira, "às 22h00 horas locais [20h00 em Lisboa], ninguém tinha chegado ao corredor [humanitário] indicado", assinalou.
A Rússia atribuiu o fracasso de mais um ultimato dado à resistência ucraniana na gigante metalúrgica, cercada por tropas de Moscovo, ao facto de "as autoridades de Kiev continuarem a enganar o seu próprio povo, convencendo-o da alegada ausência de capacidades de evacuação".
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
Mizíntsev afirmou que as tropas ucranianas e o batalhão Azov, que ainda se mantêm na fábrica, "conscientes do desânimo da sua situação, estão dispostos a depor as armas, mas apenas sob as ordens de Kiev, porque na ausência de Kiev, um tribunal militar os esperaria".
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou quase dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A guerra causou a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, mais de 5 milhões das quais para os países vizinhos.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.