Rússia propõe restabelecimento de contactos militares com a NATO

No início do mês, a Rússia propôs à NATO o início de negociações, quando as acusações de que os russos se preparavam para invadir a Ucrânia se multiplicavam.

A Federação Russa propôs segunda-feira o restabelecimento de contactos militares com a NATO, depois da rutura em outubro, perante as tensões crescentes entre as partes.

Se Moscovo e Bruxelas desejam "uma 'desescalada' através de medidas que permitam minimizar o perigo de incidentes militares com todos os riscos associados, então será necessário restabelecer o canal de comunicação militar", disse Alexandr Grushkó, vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, ao diário governamental "Rossískaya Gazeta".

Grushkó, antigo embaixador russo na Aliança Atlântica, considera que essa comunicação é fundamental para afastar as manobras das fronteiras, criar mecanismos de prevenção de incidentes e decidir uma distância de segurança entre aviões e navios de guerra.

As relações entre russos e a NATO atingiram o seu ponto mais baixo em outubro, quando a NATO expulsou oito diplomatas russos por alegada espionagem e, em resposta, a Federação Russa encerrou a sua representação em Bruxelas e ordenou o fecho das representações militares da NATO em Moscovo.

No início de dezembro, por entre acusações de que Moscovo se preparava para invadir a Ucrânia, o presidente russo, Vladimir Putin, propôs à NATO a abertura de negociações para evitar a sua expansão no leste europeu.

Esta proposta assumiu a forma de rascunho de acordo vinculativo na semana passada. Entre outras coisas, a Federação Russa propôs à NATO que desista de toda a atividade militar em uma zona que vai da Europa Oriental até ao Cáucaso e à Ásia Central.

Aí também se contempla a renúncia a entradas futuras de qualquer república ex-soviética, o que significa um veto às entradas de Ucrânia e Geórgia.

O texto de Moscovo inclui pretensões inéditas, como a retirada das tropas destacadas e armas transferidas desde a assinatura em 1997 da ata que regula as suas relações, o que deixaria sem proteção as três repúblicas bálticas, que entraram na NATO em 2004.

A Federação Russa também propôs aos EUA a assinatura de um tratado, que inclui a exigência da retirada das armas nucleares da Europa.

"Não as considero um ultimato. As nossas propostas são muito compreensíveis. Já passou a época das meias tintas e de acreditar na palavra das pessoas. A situação é tão séria que requer precisamente tais medidas", argumentou Grushko.

Realçou que a posição russa é firme e que já existe uma equipa disposta a viajar "imediatamente", se for necessário para o início de negociações substanciais.

Mas avisou que se a NATO instalar nos seus países membros armamento ofensivo capaz de alcançar os centros de decisão na Federação Russa "em poucos minutos", então Moscovo adotará medidas simétricas.

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