Sanções sobre o carvão aprovadas. Embaixadores da UE dão luz verde

Bruxelas admite que "está a trabalhar" em sanções sobre o petróleo, mas a medida não avança por agora.

A União Europeia aprovou esta noite o quinto pacote de sanções contra a economia que tem servido de suporte à máquina de guerra do Kremlin, de acordo com fontes diplomáticas ouvidas em Bruxelas pela TSF.

A decisão adotada numa reunião ao nível dos embaixadores inclui "embargos a algumas exportações", entre as quais estão "tecnologias, combustível de avião", assim como o embargo à importação de "bens que dão um lucro significativo ao orçamento do Estado [da Rússia]", destacando-se a proibição à "importação de combustíveis, particularmente carvão", que terá um impacto anual de "5000 milhões de euros", como referiu o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, na apresentação da proposta.

Borrell acrescentou que as sanções incidem também sobre o domínio dos transportes com a "proibição dos navios russos de entrarem nos portos da União Europeia".

Após o massacre de Bucha, o chefe da diplomacia europeia defendeu que os patrocinadores do regime de Vladimir Putin também devem ser penalizados, propondo que "dezenas de pessoas, desde políticos ao setor dos negócios, envolvido em atividades de propaganda", sejam acrescentados à lista agora aprovada.

As novas sanções dirigem-se "também entidades, desde o domínio financeiro, militar, industrial e do setor dos transportes, entre as quais, quatro bancos russos importantes, que ficam excluídos do sistema Swift, mas ficam também proibidos de fazer qualquer tipo de atividade e de participar em qualquer tipo de transações na União Europeia".

Ao longo da semana repetiram-se os apelos para que a União Europeia alargue as sanções ao gás e ao petróleo, de modo a atingir as principais fontes de rendimento da economia russa.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse entretanto que Bruxelas "está a trabalhar em novas sanções, incluindo nas importações de petróleo e estamos a refletir em algumas ideias apresentadas pelos Estados-Membros, como imposto e alguns canais de pagamento específicos".

Nos corredores diplomáticos em Bruxelas, aumenta a pressão para novos agravamentos das sanções que incluam o gás e o petróleo, mas a medida não avança por agora.

Na segunda-feira, o comissário da Economia, Paolo Gentiloni admitiu que o embargo ao gás russo é uma possibilidade que "está em cima da mesa", apesar do impacto económico, reconhecido por Bruxelas. "Se quisermos responder a esta ação militar com instrumentos económicos temos de enfrentar esse custo", admitiu o comissário, frisando que "se as sanções forem alargadas para um embargo ao gás, esse impacto vai aumentar".

O comissário da economia afirma que, para já, a União Europeia não vai acionar a mais poderosa das sanções contra a Rússia. Mas não tem dúvidas que o massacre de Bucha "justifica" uma ação proporcional, abrindo a porta a um novo agravamento das sanções.

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