Santos Silva tem "acertada" visita à Ucrânia "logo que seja conveniente"

Notando que as datas "dessas coisas não se anunciam antes", o presidente da Assembleia da República reforça a ideia de que o inimigo não é a Rússia, mas sim a agressão russa.

O presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, revelou esta quinta-feira que já acertou uma visita à Ucrânia com o seu homólogo do país, realizando-se essa viagem "logo que seja conveniente".

A viagem "está acertada com o meu colega presidente do Parlamento ucraniano e realizar-se-á logo que seja conveniente", explicou, antes de notar, quando questionado acerca da data em que se realizará, que "essas coisas não se anunciam antes".

Refutando a existência de um objetivo comum de "derrotar a Rússia", Santos Silva defende - citando Joe Biden - que o importante é sim "derrotar a agressão russa".

"No momento em que abandonar os territórios ucranianos que tem ocupado, em que cessar a sua agressão, nesse momento a guerra acaba. Até lá, apoiaremos a defesa da Ucrânia", sublinhou em declarações à CNN Portugal à margem da Conferência Internacional "Um Ano de Guerra na Ucrânia" que decorre na Universidade Lusíada, em Lisboa.

"A decisão sobre a paz está nas mãos do agressor e o agressor tem de parar com a agressão para que a paz seja possível", frisou acrescentando que se tem verificado "firmeza" por parte do "Ocidente" no apoio humanitário, político, diplomático, económico, financeiro e "também apoio militar".

Aos participantes da conferência, sobretudo estudantes universitários, Santos Silva recordou as primeiras 15 horas da invasão, em 2022, quando exercia o cargo de ministro dos Negócios Estrangeiros.

A Assembleia da República vai também estar representada esta semana na Ucrânia, revelou, através de um deputado (do PSD) integrado numa delegação europeia.

Santos Silva defendeu também, em declarações à agência Lusa, que a República Popular da China deveria ser "menos ambígua" em relação à agressão da Rússia contra a Ucrânia.

"A China lucraria se fosse menos ambígua, a China é um Estado que deveria perceber bem que a integridade territorial de um país é um critério essencial para as relações internacionais e que ninguém tem o direito de alterar pela força as fronteiras internacionalmente reconhecidas e de invadir territórios que não são seus", disse quando questionado sobre as últimas iniciativas diplomáticas de Pequim.

"A China diz que está a trabalhar na paz, todos aqueles que estão a trabalhar na paz devem ser ouvidos, mas eu insisto que para que a paz seja possível na Ucrânia é preciso que a agressão russa termine e a agressão deve ser condenada", acrescentou à margem da conferência sobre a Ucrânia.

À margem dos trabalhos, Santos Silva disse que - tendo em conta os princípios das Nações Unidas -, Portugal é "absolutamente claro" na defesa de quem está a ser agredido e condenando quem está a agredir.

Santos Silva, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, disse ainda que as posições de Portugal, desde as primeiras horas da invasão (24 de fevereiro de 2022) têm sido coincidentes com as posições da União Europeia e a Aliança Atlântica, reiterando o apoio às últimas declarações do chefe de Estado norte-americano sobre o conflito.

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