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A França terminará na quinta-feira as operações em Cabul se os Estados Unidos saírem do Afeganistão a 31 de agosto, como previsto, disse esta terça-feira o chefe do gabinete do ministro francês dos Negócios Estrangeiros.
Se os EUA mantiverem o objetivo de uma retirada total a 31 de agosto, "para nós, em termos de 'planeamento antecipado', isso significa que a nossa operação termina na noite de quinta-feira. Portanto, ainda temos três dias", explicou Nicolas Roche ao primeiro-ministro, Jean Castex, na presença de jornalistas, segundo a agência France-Presse (AFP).
A observação foi feita durante uma visita de Jean Castex ao Centro de Crise e Apoio (CDCS) do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês.
O Governo de Paris identificou 62 cidadãos franceses ainda por retirar do Afeganistão e um grande número de afegãos solicitou ajuda para sair do país, que as autoridades estão a examinar, acrescentou a AFP.

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Os taliban disseram na segunda-feira que 31 de agosto é a "linha vermelha" para a retirada das tropas dos Estados Unidos, como estava inicialmente previsto, e que um adiamento terá consequências.
Os líderes do G7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) vão reunir-se nesta terça-feira de emergência para discutir a situação no Afeganistão, onde milhares de afegãos continuam a querer fugir dos taliban.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, e o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, participam na cimeira extraordinária do G7.

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O Reino Unido indicou que pretende solicitar aos Estados Unidos que prolonguem a operação em Cabul, mas o secretário da Defesa britânico, Ben Wallace, admitiu nesta terça-feira ser improvável que essa operação possa continuar depois de 31 de agosto.
"Acho improvável, não apenas devido ao que os taliban disseram, mas [também] tendo em conta as declarações públicas do presidente [Joe] Biden", disse Ben Wallace, na cadeia televisiva Sky News, a poucas horas do início da reunião virtual do G7, agendada para as 14h30.
Wallace já tinha admitido na segunda-feira que a operação em Cabul deve ser agora medida "por horas, e não por semanas", dado que depende da estrutura de segurança que as forças norte-americanos têm no terreno.
"Quando eles [EUA] se retirarem, levarão a estrutura...e nós teremos de partir também", disse Wallace.